O medicamento foi o primeiro a reduzir mortes de pacientes hospitalizados com coronavírus.
O Comitê de Operações Emergenciais (COE) e a Fundação Municipal de Saúde (FMS) adotaram uma nova versão de protocolo para atender pacientes com Covid-19 em Teresina. Desta vez, foi acrescentado o
corticoide dexametasona no protocolo, que deve ser administrado em pacientes em estado moderado e grave.
Segundo o médico infectologista da FMS e integrante do COE, Walfrido Salmito, o protocolo contempla a literatura médica disponível no momento. Ele enfatiza que o Comitê considerou o uso do dexametasona, desde que em
baixas doses, mas que isso deve ser feito e recomendado pelos médicos que estão acompanhando os pacientes.
“Nós, do Comitê de Operações Emergenciais em Saúde Pública, levamos em consideração as principais publicações brasileiras e internacionais para o tratamento da Covid-19, inclusive as últimas publicações da Universidade de Oxford, que considerou que o uso do dexametasona, em baixas doses, pode diminuir a mortalidade dos casos moderados e graves. Lembrar sempre que essa medicação não impede de adquirir a Covid-19 nem deve ser tomada de maneira profilática. Apenas o médico, considerando a fase correta da doença, deve prescrevê-la”, disse.
Corticoide dexametasona
O dexametasona é um corticoide usado no tratamento de diversas doenças, como reumatismo, além de doenças da pele, alergias graves, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, crupe, edema cerebral, dor ocular pós-cirúrgica e, quando combinada com antibióticos, a tuberculose.
O medicamento pode ser administrado por via oral, injeção intramuscular ou injeção intravenosa. Geralmente seu efeito pode durar até três dias.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, pediu, durante a coletiva de imprensa que ocorreu ontem (22), que a produção mundial de dexametasona fosse aumentada. O corticoide tornou-se o primeiro tratamento capaz de reduzir mortes de pacientes com coronavírus que estão em estado grave. O anúncio desse resultado foi feito por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, na semana passada.