A brasileira Simone Barreto Silva, de 44 anos, é uma das três vítimas do ataque com faca realizado nessa quinta-feira (29) em uma igreja em Nice, na França. Após ser esfaqueada, ela conseguiu fugir do local, mas morreu em uma cafeteria nas proximidades.
Simone nasceu em Salvador, na Bahia, e morava na França há 30 anos. Mãe de três filhos, ela tinha nacionalidade francesa e formação de cozinheira.
Estudou na Universidade Sophia Antipolis, em Nice. Além de trabalhar com gastronomia, a brasileira também atuava como cuidadora de idosos.
A informação sobre a morte dela foi confirmada pelo Itamaraty, que expressou “grande pesar” pelo ocorrido. “O governo brasileiro informa, com grande pesar, que uma das vítimas fatais era uma brasileira de 44 anos, mãe de três filhos, residente na França”, disse o órgão.
A pasta afirmou também que “o governo brasileiro deplora e condena veementemente o atroz atentado” e informou que, por meio do Consulado-Geral em Paris, presta assistência à família da vítima.
Contato com o consulado
A família de Simone está em contato com o consulado para avaliar a possibilidade de a família viajar à França. Com uma nova alta de casos de Covid-19 na Europa, o país está novamente em lockdown (bloqueio total das atividades). A decisão sobre a viagem caberá ao departamento de imigração do Ministério do Interior francês.
Com o ataque dessa quinta, o governo francês elevou o nível de alerta de segurança do país para “emergência”, o que significa “nível máximo de vigilância”.
O suspeito de cometer o ataque foi identificado pela polícia francesa como Brahim Aouissaoui, um tunisiano de 21 anos. Ele não era conhecido pelo serviço de inteligência da França e está sob custódia policial.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou, em um pronunciamento à nação, que o país está sob ataque, ressaltou o apoio à comunidade católica francesa e informou que vai enviar soldados para proteger os principais locais de culto e escolas da França. “Digo isso com a maior clareza: não vamos ceder ao terrorismo”, declarou.
O primeiro-ministro Jean Castex disse que a resposta do governo francês ao ataque de Nice será “firme, implacável e imediata”.
Motivação
Ainda não se sabe oficialmente o que motivou o ataque em Nice ou se há alguma ligação com a exibição de charges do Profeta Maomé, consideradas pelos muçulmanos como blasfêmia.
No entanto, a ação aconteceu poucas semanas após o professor Samuel Paty ser decapitado no país. Na ocasião, o agressor disse que queria punir a vítima por mostrar aos alunos charges do Profeta Maomé durante as aulas.
Desde a morte de Paty, policiais franceses e cidadãos reafirmaram o direito de exibir os desenhos, e as imagens vêm sendo utilizadas em protestos em solidariedade ao professor. Essas ações já receberam críticas de diversas partes do mundo muçulmano, com alguns países acusando Macron de buscar uma agenda anti-Islã.
Da CNN, em São Paulo