Segundo o Gaeco, a operação tem como alvos empresários, políticos e servidores públicos.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou nesta segunda-feira (11) a Operação Primus, que investiga a existência de um conluio entre políticos, empresários e servidores públicos visando o desvio de recursos públicos do município de Baixa Grande do Ribeiro.
Segundo o Gaeco, a investigação visa apurar a prática dos crimes de desvio de recursos públicos, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva, cometidos através de contratos firmados entre empresas de fachada e a administração municipal de Baixa Grande do Ribeiro.
Foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão contra políticos e seus familiares, servidores públicos, empresas com atuação no município e seus sócios-proprietários. Os mandados foram cumpridos nos municípios piauienses de Baixa Grande do Ribeiro, Ribeiro Gonçalves, Uruçuí, Floriano, Landri Sales e Teresina, assim como Timon, no Maranhão, e Campo Alegre de Lourdes, na Bahia.
Conforme apontado pela investigação, o esquema de desvio de recursos públicos acontecia da seguinte forma: (a) direcionamento de licitações às empresas de fachada utilizadas pela organização criminosa, seguido de suas contratações com sobrepreço pelo gestor municipal; (b) a inexecução e/ou sobreposição de obras; (c) repasse do recurso público das contas bancárias das empresas de fachada diretamente para as contas bancárias dos empresários, políticos e seus familiares, bem como de empresas ligadas a eles.
O Gaeco requereu ainda ao Tribunal de Justiça do Piauí medidas assecuratórias de bens em nome dos investigados que resultou no bloqueio de bens no valor de R$ 1.869.867,00, montante este já contabilizado como desviado pela organização criminosa.
Participaram diretamente da execução da operação Promotores de Justiça dos Estados do Piauí e da Bahia, delegados e agentes da Polícia Civil, equipes da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal, servidores do Ministério Público Estadual, auditores do TCE e da CGU, totalizando o efetivo de 108 integrantes.
Fonte: MPPI