O avanço da formalização é uma das razões da queda do desemprego no país.
O Brasil criou quase 2 milhões de vagas com carteira assinada em 2024. O avanço da formalização é uma das razões da queda do desemprego no país.
Canteiro de obras virou lugar de “espécimes” raros de profissionais, dispostos a um serviço braçal, esforço físico, debaixo de sol. Contratar também virou trabalho pesado.
“A gente está o tempo todo buscando. Então, é constante. Em média, hoje, a gente contrata, dentro da obra, 40 profissionais por mês. Aqui ao lado tem uma obra, atrás tem outra, então a competição está alta. Como ser atrativo? Eu tenho um mercado bastante agressivo. Está difícil”, diz Gisele Marques Pereira, diretora de recursos humanos.
De tanto contar blocos, Lázaro Souza projetou construir uma vida nova. Há dois meses, pediu as contas, foi para Bahia com a família, mas o mercado foi lá buscar.
“Colega meu que trabalha aqui com a gente já me ligou perguntando se eu estava a fim de voltar de novo, e eu falei: ‘Vamos, vamos para cima’. Está faltando bastante pessoas para completar”, diz o almoxarife Lázaro Souza.
O pessoal está ocupado. De acordo com o Ministério do Trabalho, o Brasil criou quase 2 milhões de empregos formais de janeiro até setembro de 2024. As atividades que mais contrataram foram: transporte rodoviário de cargas, serviços de apoio administrativo – como faxina e segurança – e construção de edifícios.
Três em cada dez vagas criadas estão em São Paulo, o estado que mais contratou. Mas o emprego formal cresceu em todas as regiões do país, em vários setores da economia. É o mercado indo na direção do trabalho de qualidade, mais estável, com mais benefícios e garantias. Agora, para a renda do trabalhador crescer de verdade, precisa de investimento na qualificação de profissionais, dizem os economistas.
“A gente tem que lembrar que sempre o seu salário vai esbarrar na qualificação. Muitas vezes, tem muita gente com carteira assinada que está recebendo um salário mínimo, dois salários mínimos. Tem uma certa dificuldade para conseguir viver, sobreviver no dia a dia. Mas, ainda assim, é um emprego mais estável do que um emprego informal”, afirma Bruno Imaizumi, economista da LCA.
Profissional que faz falta consegue negociar.
“Consegui, sim, graças a Deus. O intuito é esse: sair do emprego e conseguir um um pouco melhor”, comemora Lázaro Souza.
Por Jornal Nacional