A bebida mostrou-se ser uma forte aliada da longevidade, como indica a nova revisão
O café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo. Um trabalho feito por pesquisadores de Portugal mostrou que a bebida feita a partir de grãos moídos provou que pode ser uma aliada da longevidade em um cenário global de envelhecimento da população.
“As recomendações clínicas tradicionais às vezes ignoram o papel do café no envelhecimento saudável, mas com uma forte base de pesquisa sobre como o consumo regular pode potencialmente reduzir algumas das doenças mais crônicas que a sociedade enfrenta, provavelmente é hora de reavaliar isso”, afirma o autor principal Rodrigo Cunha, da Universidade de Coimbra.
O estudo, publicado na Ageing Research Reviews, revisou mais de 50 trabalhos que indicavam o potencial do café na mitigação da mortalidade por todas as causas. Assim, foi descoberto que o consumo regular de café acrescenta uma média de 1,8 anos de vida saudável ao tempo de vida de uma pessoa. E diferente do que se pensava, o resultado é o mesmo tanto para homens quanto para mulheres.
As recomendações de entidades de saúde como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Food and Drug Administration (FDA) e a International Coffee Organization (ICO) indicam que um consumo moderado gira em torno de 200 mg até 400 mg de cafeína por dia. O que significa de 3 a 5 xícaras diárias.
O café contém uma mistura de mais de 2.000 compostos potencialmente bioativos. Os componentes polifenóis podem fornecer propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, com funções que incluem a redução da neuroinflamação ou a regulação da sensibilidade à insulina.
Para além da redução do risco de doenças, os pesquisadores também analisaram estudos voltados ao papel do café em mecanismos biológicos ligados ao processo de envelhecimento. Dessa forma, foram encontradas evidências da influência do café na mitigação da instabilidade genômica ou mutações celulares, que são um gatilho conhecido do envelhecimento, e no fortalecimento da função celular regular.
“Sabemos que a população mundial está envelhecendo mais rápido do que nunca, e é por isso que é cada vez mais importante explorar intervenções alimentares que possam permitir que as pessoas não apenas vivam mais, mas também tenham vidas mais saudáveis”, conclui Cunha.
Por O GLOBO — Rio de Janeiro