Por Gleison Fernandes – Jornalismo da UCA.
O prefeito de Marcos Parente, Gedison Alves, enviou à Câmara Municipal o Projeto de Lei 001/2025, que estabelece reajustes salariais para os servidores municipais. No entanto, a proposta tem causado indignação entre funcionários públicos devido à grande disparidade nos aumentos. Enquanto os servidores efetivos terão um reajuste de 7,5% e os professores apenas 6,5%, o cargo de procurador jurídico receberá um aumento superior a 200%.

Disparidade nos reajustes
Conforme o projeto, os vencimentos dos servidores municipais serão corrigidos em 7,5%, com exceção dos professores, que terão um aumento de 6,5%, supostamente seguindo a legislação do Piso Nacional do Magistério. O salário mínimo dos servidores também foi reajustado para R$ 1.518,00.
No entanto, a maior controvérsia está no reajuste do cargo de procurador jurídico. Os vencimentos, que em 2024 variavam entre R$ 2.622,91 e R$ 2.727,87, saltariam para R$ 8.157,41 a R$ 8.565,28 em 2025, representando um aumento que ultrapassa 217% em alguns casos. Isso levanta questionamentos sobre a prioridade da administração municipal e sobre a equidade no tratamento dos servidores.

Salário do procurador jurídico supera o do procurador-geral
Outro ponto que chama atenção é que, caso a proposta seja aprovada, a única procuradora jurídica do município passaria a ganhar quase o dobro do procurador-geral, cujo vencimento está fixado em R$ 4.500,00. Isso cria uma situação inusitada, onde um cargo de hierarquia inferior teria remuneração significativamente maior do que o chefe da Procuradoria Geral do Município.
Além disso, o novo salário da procuradora jurídica equivaleria a quase seis vezes o vencimento mínimo de um servidor de nível inicial, evidenciando um possível tratamento privilegiado por parte da gestão municipal.
Repercussão e expectativa na Câmara Municipal
Diante da polêmica, a expectativa agora é sobre a reação da Câmara Municipal. Os vereadores precisarão avaliar se aprovam a proposta como está ou se realizam ajustes para corrigir as discrepâncias.
Um dos vereadores já demonstrou preocupação com o fato de que o reajuste do procurador jurídico esteja vinculado ao aumento geral dos servidores. Ele defende que a proposta seja analisada separadamente, para evitar que a controvérsia envolvendo a procuradora acabe prejudicando a tramitação do projeto e impactando os demais funcionários que aguardam correções salariais.
A população e os servidores agora aguardam os próximos desdobramentos e a posição dos vereadores sobre a proposta que, se aprovada, pode estabelecer um dos reajustes mais desproporcionais da história do município.

