O produto é altamente inflamável e já havia sido proibido em 2002 devido ao grande número de acidentes registrados.
Após quase três anos de venda liberada como medida de combate à Covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltou a proibir a comercialização de álcool líquido 70%. A decisão, que entrou em vigor no dia 1º de abril, marca o retorno à regulamentação anterior à pandemia, quando apenas o álcool em gel 70% era permitido para uso pessoal.
O álcool líquido, assim como sua versão em gel, é combustível, entretanto, o gel é mais seguro, porque queima apenas na superfície, enquanto a versão líquida tem potencial explosivo, oferecendo maior perigo de acidentes graves, especialmente domésticos (queimaduras), envolvendo bebês e crianças.
A autorização excepcional para venda do álcool líquido 70% foi concedida em março de 2020, em resposta à escassez de produtos higienizantes no início da pandemia. A medida visava facilitar o acesso da população a um sanitizante eficaz contra o coronavírus.
No entanto, com o fim da emergência sanitária e a estabilização do mercado de produtos de higiene, a Anvisa decidiu revogar a autorização temporária. A principal justificativa para a proibição é a alta inflamabilidade do álcool líquido 70%, que representa um risco de segurança para os consumidores.
Estabelecimentos que ainda possuem estoques do produto terão até o dia 30 de abril para vendê-los. Após essa data, a comercialização estará novamente sujeita à proibição.
Para a higienização das mãos, a Anvisa recomenda o uso de álcool em gel 70%, que continua disponível para compra em farmácias, supermercados e outros estabelecimentos comerciais. Sabão e água também são alternativas eficazes para a limpeza das mãos, especialmente em ambientes domésticos.
A decisão da Anvisa de proibir a venda de álcool líquido 70% foi recebida com críticas por parte da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade argumenta que a medida prejudicará os consumidores, que ficarão sem um produto de boa relação custo-benefício.
A Abras também destaca que a proibição pode gerar desequilíbrio no mercado de produtos de higiene, com possível aumento do preço do álcool em gel. A entidade defende a manutenção da venda do álcool líquido 70%, com medidas de segurança para evitar acidentes.
A Anvisa, por sua vez, afirma que a decisão foi tomada com base em dados técnicos e científicos, priorizando a segurança dos consumidores. A agência ressalta que o álcool líquido 70% é um produto perigoso que pode causar queimaduras graves em caso de acidentes.
Ainda é cedo para avaliar o impacto da proibição da venda de álcool líquido 70%. A Anvisa deve monitorar o mercado e os indicadores de segurança para avaliar a efetividade da medida.
É possível que a agência reconsidere a proibição no futuro, caso haja mudanças nas condições de segurança ou no perfil de consumo do produto.