Combustível é o segundo maior custo para o setor de transporte coletivo e urbano, correspondendo a 32,8% das despesas.
Os suscetíveis aumentos do diesel, somados ao reajuste de 8,8% da Petrobras para as distribuidoras impactam 15,4% no preço da tarifa de ônibus em 2022. O cálculo é da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos).
Para compensar somente o novo aumento, anunciado pela estatal, de 8,8%, que passou a valer na última terça-feira (10), as tarifas públicas dos ônibus urbanos do país teriam que subir imediatamente 2,9%, em maio.
Dados da Associação, mostram que índice de reajuste no preço do diesel foi de 80,9% entre junho de 2021 a maio de 2022. Caso acompanhasse a alta, as tarifas de ônibus teriam que subir 26,5% no período. Ja a variação desde o começo do ano é de 47%.
O levantamento mostrou ainda que o combustível é o segundo maior custo para o setor de transporte coletivo e urbano, correspondendo a 32,8% das despesas. Apenas mão de obra (50%) supera esse gasto.
Risco para o transporte público
A associação ressalta que há chances de faltar ônibus para circular fora dos horários de pico, caso os sucessivos aumentos de custos não sejam compensados de alguma forma. “Temos cidades que já fizeram seus reajustes tarifários anuais e outras que adotaram subsídios emergenciais ou permanentes, a situação varia. Mas a grande maioria dos operadores não têm fôlego financeiro para enfrentar mais esse reajuste e terão que suspender o serviço fora dos horários de pico”, afirma Francisco Christovam, presidente da NTU.
Segundo a NTU, as mais de 400 operadoras de ônibus associadas, não tem condições financeiras de fazer frente a mais um reajuste do diesel e o repasse para consumidores só pode ser evitado caso prefeituras arquem com o reajuste. “As empresas de transporte coletivo urbano não são responsáveis por esses aumentos e não têm como arcar com esses custos. Estamos agora no modo de sobrevivência”, defende Christovam.
Ainda segundo o presidente da NTU, a redução da oferta vai variar caso a caso, de acordo com as condições de cada contrato. “Quem não conseguir apoio do poder público e não tiver recursos será obrigado a cortar a frota. Dependerá da situação financeira de cada empresa neste momento”.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Ana Vinhas
ECONOMIA | Camila Nascimento*, do R7