Convocado por lideranças religiosas, incluindo o pastor Silas Malafaia, protesto defendeu a liberdade e criticou o que classificam como perseguição política. Mobilização ocorreu em várias capitais.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram neste domingo (7) na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio, e pediram anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Com faixas e cartazes, bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos, os manifestantes também defenderam pautas como liberdade de expressão e fizeram críticas ao Judiciário brasileiro.

O ato ocorreu na altura do posto 5, durou cerca de duas horas e faz parte de uma mobilização nacional, com atos em diferentes capitais do país sob o lema “reaja, Brasil”.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília e não pode participar de eventos públicos, nem sequer por vídeo. Na terça-feira (9), o Supremo Tribunal Federal (STF) vai retomar o julgamento em que ele pode ser condenado por golpe de Estado e mais quatro crimes. Somadas, as penas podem chegar a 43 anos de prisão.
Aliados do ex-presidente discursaram no carro de som, entre eles o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho mais velho, o governador Cláudio Castro e o deputado Alexandre Ramagem, que também é réu no STF por golpe de Estado.
Manifestantes exibiram mensagens de apoio ao presidente dos EUA, Donald Trump, e gritaram palavras de ordem contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro.
Uma das faixas exibidas no ato trazia a seguinte frase: “Golpe é eleição sem Bolsonaro. Anistia já”. Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou por abuso de poder político na eleição de 2022.
A abertura do ato foi marcada pela execução do Hino Nacional, e o primeiro a discursar foi o deputado federal Ramagem.
Momentos depois, foi reproduzido um áudio que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirma existir peO governador do RJ, Cláudio Castro (PL), manifestou apoio ao ex-presidente e puxou um coro com as expressões “Bolsonaro inocentado” e “Não existe golpe”.
Flávio Bolsonaro foi o último a falar. Ele usava uma camiseta com o rosto do pai e o ano de 2026 e defendeu a candidatura de Bolsonaro. “Não existe anistia criminal sem anistia eleitoral”, disse. Em seguida, puxou um coro de “Fora, Moraes”.
Encerrada por volta de 13h, a manifestação foi convocada pelo pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), e por outras representações religiosas.rseguição política contra o marido.
Julgamento no STF e discussão de anistia no Congresso
Na última terça-feira (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar Bolsonaro e mais sete réus pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. O julgamento deve ser concluído até a próxima sexta (12).
Bolsonaro stá em prisão domiciliar por violar medidas restritivas impostas anteriormente. Se for condenado, pode pegar até 43 anos de prisão. Ele também está inelegível, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
Em paralelo, ganhou força na Câmara dos Deputados a discussão sobre a possibilidade de votar uma anistia para condenados por crimes contra a democracia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está sob pressão dos aliados de Bolsonaro, mas ainda não colocou em votação qualquer projeto com essa finalidade.
O PL, partido de Bolsonaro, é o principal interessado, e o Centrão também endossa a medida. A aliança formada por União Brasil e PP, que tem maior bancada na Câmara, anunciou o desembarque do governo Lula recentemente para aderir à campanha da anistia.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos, esteve em Brasília para tentar convencer Motta a colocar o tema em votação.
Não se sabe ainda qual texto seria votado. Um dos pontos em discussão é a extensão da possível anistia: se ela valeria apenas para quem já foi condenado pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 ou se alcançaria também o ex-presidente e seus aliados que estão sendo julgados no STF.
Aliados mais próximos de Bolsonaro querem uma anistia geral. O Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e poderia reduzir penas de golpistas condenados, sem que haja perdão.
O governo é contra votar qualquer proposta de anistia, e o presidente Lula pediu mobilização social para barrá-la.
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Manifestação reúne grupos de direita em Copacabana — Foto: Leslie Leitão/TV Globo







