Atacante foi enquadrado somente por infrações ao descumprimento de regulamentos de competição.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu absolver o atacante Bruno Henrique da acusação de envolvimento em manipulação de apostas e revogar a suspensão de 12 jogos que havia sido imposta anteriormente. O jogador do Flamengo, no entanto, foi enquadrado no artigo 191, inciso III, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), por descumprimento de regulamentos de competição, e terá de pagar multa de R$ 100 mil.

A maioria dos membros do Tribunal Pleno entendeu que não há provas suficientes que confirmem uma conduta antiética por parte do atleta. Dos nove auditores, seis votaram pela absolvição no artigo que trata da fraude e pela aplicação apenas da multa, enquanto três mantiveram a condenação anterior, sendo dois favoráveis ao aumento da pena.
Como foi o julgamento desta quinta-feira
Na sessão, o relator Sérgio Furtado Filho reafirmou seu voto pela absolvição de Bruno Henrique no artigo 243-A, que poderia resultar em até 12 jogos de suspensão, e pela aplicação da multa de R$ 100 mil com base no artigo 191, sem perda de partidas. O mesmo entendimento foi seguido pelos auditores Marco Aurélio Choy, Rodrigo Aiache, Antonieta da Silva, Marcelo Bellizze e pelo presidente do STJD, Luis Otávio Veríssimo.
Por outro lado, Maxwell Vieira e Mariana Barreiras votaram pela manutenção da condenação e pelo aumento da pena para 270 dias de suspensão e multa de R$ 75 mil. Luiz Felipe Bulus defendeu que fosse mantida a punição original.
Julgamento paralisado no início da semana
A análise do caso começou na última segunda-feira (10), mas foi interrompida após um pedido de vista do auditor Marco Aurélio Choy. O julgamento foi retomado nesta quinta-feira. Desde o início, o relator já havia se posicionado pela absolvição no artigo 243-A, mas pela punição no artigo 191, com multa de R$ 100 mil e sem suspensão.
Entenda o caso
Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia Federal no dia 14 de abril, sob suspeita de envolvimento em fraude esportiva. Ao todo, outras dez pessoas também foram investigadas no mesmo caso. Durante as investigações, a Polícia Federal apreendeu o celular do irmão do atacante, Wander Nunes Pinto Júnior, e analisou cerca de 3.989 mensagens do WhatsApp. Segundo os investigadores, Bruno Henrique teria antecipado ao irmão que receberia um cartão amarelo no jogo contra o Santos. Wander, então, teria apostado R$ 380,86 e lucrado R$ 1.180,67 com o ocorrido. O primeiro grupo de apostadores incluía ainda a prima do jogador, Poliana Ester Nunes Cardoso, e a cunhada Ludymilla Araújo Lima. Outro grupo, formado por seis pessoas, também teria se beneficiado da aposta.







