O ex-presidente Lula (PT) voltou a reunir parceiros históricos na maior aliança de uma campanha sua desde 1994. Metade das seis siglas confirmadas na frente Vamos Juntos pelo Brasil já participou de uma aliança com o petista anteriormente.
Até então, já oficializaram apoio a Lula PCdoB e PV, que formaram federação com o PT; PSB, por meio do vice Geraldo Alckmin (PSB); PSOL, Rede e Solidariedade. Ainda há a possibilidade que outros partidos se juntem ao grupo.
A aliança será lançada formalmente hoje em um evento para cerca de 4 mil militantes em São Paulo. O objetivo de Lula e do PT é formar uma espécie de “Novas Diretas”, com figurões de diferentes estados e diversos partidos no mesmo palanque “unidos pela democracia.
Esta é a maior aliança em torno do ex-presidente junto à campanha desde 1994 —naquele ano, a chapa puro-sangue, com o ex-ministro Aloízio Mercadante como vice teve perfil semelhante, com PSB, PCdoB, PV, PPS (hoje, Cidadania), PCB e PSTU.
O PCdoB é o companheiro mais fiel: coligou-se em todas as oito eleições presidenciais desde a redemocratização. Foi, junto ao Pros, o único partido a integrar a campanha de 2018, que, com Lula preso, indicou Fernando Haddad (PT) ao Planalto.
Com Alckmin, o PSB integrará a chapa como vice pela segunda vez. Em 1989, primeira eleição direta após a ditadura militar, o ex-senador José Paulo Bisol (PSB-RS), morto em 2021, compôs a chapa derrotada pelo senador Fernando Collor (então PRN, hoje PTB.
Naquele ano, a aliança petista também teve PSB e PCdoB. O PV chegou a ser anunciado no lançamento da candidatura, em março daquele ano. O plano era ter o ex-deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) como vice, mas após episódios de “preconceito social”, segundo a Fundação Perseu Abramo, a chapa acabou rompendo e o partido o lançou à presidência separadamente. Com isso, Bisol foi alçado a vice do petista.
Em 1998, o PT juntou-se ao PDT com o ex-governador Leonel Brizola, morto em 2004, mas foi derrotado em primeiro turno pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pela segunda vez seguida.
Próximo da direita
Também não é a primeira vez que o petista forma chapa com uma figura política associada à direita. Essa foi a fórmula vitoriosa em 2002 e 2006, quando o petista ganhou a eleição e a reeleição ao lado José Alencar (PL). De perfil conservador, o então ex-senador também sofreu resistência por parte da esquerda e de apoiadores, como ocorreu com Alckmin.
Dilma teve maiores coligações
Curiosamente, quem reuniu as maiores coligações entre os candidatos petistas não foi Lula, mas a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em 2010, auge da popularidade e da aprovação de Lula, o PT conseguiu reunir dez partidos em torno da sucessora contra o senador José Serra (PSDB). Em 2014, na reeleição, reuniu nove siglas contra o deputado Aécio Neves (PSDB).
As coligações do PT nas eleições presidenciais desde a redemocratização:
Lula em 1989: PT, PSB e PCdoB
Lula em 1994: PT, PSB, PPS, PV, PCdoB, PCB e PSTU
Lula em 1998: PT, PDT, PSB, PCdoB e PCB
Lula em 2002: PT, PL, PCdoB, PMN e PCB
Lula em 2006: PT, PRB e PCdoB
Dilma em 2010: PT, PMDB, PDT, PCdoB, PSB, PR, PRB, PSC, PTC e PTN
Dilma em 2014: PT, PMDB, PSD, PP, PR, PDT, PRB, Pros e PCdoB
Haddad 2m 2018: PT, PCdoB e Pros
Lula em 2022: PT, PCdoB, PV, PSB, PSOL, Rede e Solidariedade
As informações são do Uol