Passageiros dizem que veículos cadastrados pela Strans não estão entrando nos bairros e reclamam de superlotação em vans.
Teresina amanheceu esta segunda-feira (13) sem ônibus coletivo. Isso porque começou à meia-noite a greve do transporte público da capital por tempo indeterminado. O movimento deflagrado por motoristas e cobradores foi anunciado na semana passada e vem depois de uma série de paralisações e impasses sobre o pagamento de subsídios e salários entre o Setut e a Prefeitura.
Por se tratar de um serviço essencial, 30% da frota regular deve continuar rodando. No entanto, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores, 30% correspondia à frota total que já circulava antes do movimento. Ou seja, Teresina deve permanecer com uma quantidade de veículos menor que o essencial circulando enquanto durar a greve. Para amenizar os impactos à população, a Strans cadastrou 254 veículos alternativos.
Mas o que se observa na realidade é demora nas paradas de ônibus e indefinição. Os teresinenses que não encontraram alternativas para sair de casa nesta manhã (13) enfrentam longa espera e lotam as paradas de ônibus. Aqueles que buscam aplicativos de carros particulares pagam mais do que o usual em razão da alta demanda pelo serviço.
Os que conseguiram pegar alguma van do transporte alternativo reclamam de superlotação e fazem denúncias quanto ao itinerário dos veículos. A técnica em Radiologia, Lorena Alves, precisou caminhar cerca de 1 Km de sua casa até o local onde as vans que atenderiam seu bairro iriam parar., porque os veíuclos não estão entrando nas ruas do bairro. E quando chegou à parada, ela disse que os veículos lotaram rapidamente e tiveram que sair juntos para dar conta da demanda.
Moradora do Renascença III, zona Sudeste de Teresina, Lorena diz que depois de sua parada, as vans pegaram mais passageiros somente nos dois pontos seguintes devido à superlotação. “Depois disso, eles só foram parar quando chegaram à João XXIII. As paradas ficaram lotadas com as pessoas reclamando que queriam entrar na van e ela não parava, ficava sempre uns metros à frente porque não cabia mais ninguém. Eram 30 lugares, mas devia ter quase o dobro de gente dentro”, desabafa Lorena.
Ela acrescenta ainda que depois das duas vans, que saíram com apenas cinco minutos de diferença uma da outra, os ônibus maiores cadastrados pela Strans iriam sair apenas às 7h de seu bairro, o que tornou inviável aguardar por eles. “Eu tenho horário no meu trabalho e preciso cumprir, então tive que fazer assim. Já estou pensando na volta, em como vou fazer para retornar para casa sem transporte”, finaliza Lorena.
Outro que também enfrentou problemas e precisou desembolsar mais do que o que costume para sair de casa foi o gestor de redes sociais, Jorge Mariano. Ele conta que o valor do carro por aplicativo estava dando o dobro do que geralmente dá e que teve que recorrer a uma carona de moto para conseguir chegar ao trabalho. “Hoje foi um caos sair de casa. O transporte por aplicativo estava duas vezes mais caro do que o normal justamente por conta da greve do transporte público. É um absurdo porque você tem que pagar para trabalhar. Voltar para casa deverá ser um caos ainda maior, porque com certeza o problema não será resolvido até o final do dia”, afirma.
Por Maria Clara Estrêla