Há 27 anos no Tribunal, o conselheiro Luciano Nunes garante que deixa o TCE sem mágoa.
O conselheiro Luciano Nunes protocolou na manhã desta quarta-feira (9) o pedido de afastamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para o dia 7 de julho deste ano. Três dias depois – 10/07 – o conselheiro completa 75 anos e tem o direito de aposentadoria compulsória.
Com o pedido, o Tribunal anunciará a vacância à Assembleia Legislativa que vai abrir edital para escolha do novo conselheiro. Qualquer cidadão pode ser candidato, desde que cumpra as exigências. O mais votado na Alepi será encaminhado para sanção do governador Wellington Dias (PT).
Há 27 anos no Tribunal, o conselheiro Luciano Nunes garante que deixa o TCE sem mágoa.
“Tudo na vida tem momentos bons e ruins e a minha passagem no TCE foi muito positiva, de aprendizado. Eu só tenho a agradecer a todos”, afirmou.
Luciano Nunes disse que mesmo aposentado vai continuar trabalhando. “Minha vida não modifica muito. Sou acostumado a trabalhar desde os 12, 13 anos. Meu pai era muito afeito ao trabalho e ele nunca aceitou um filho, por exemplo, olhar para uma pessoa trabalhando e não ajudar. A filosofia do meu pai ajudou a encarar minha vida. A vida é um eterno aprendizado e uma eterna labuta”.
Embates no TCE
Um do embates enfrentados pelos conselheiro foi um julgamento em que foi impedido de votar numa ação do governador Wellington Dias.
“Foi uma situação desnecessária. O governador não precisava do meu voto, ele já tinha os votos do Tribunal para aprovar o que ele quisesse. Talvez foi uma tentativa de calar à minha maneira de relatar. Cada um tem sua característica de se expressar. Eu tenho minha maneira, às vezes gesticulando, falando e eu colocava efetivamente aqui o que estava no papel. Os meus relatos era acompanhando os técnicos do Tribunal. Eu não criava relatos”.
Luciano Nunes destaca que não olha para trás e lembrou seu histórico de vida. Ele é formado em Agronomia e Direito, foi aprovado em seis concursos públicos, foi deputado estadual, foi presidente da Assembleia Legislativa, secretário estadual de Justiça e duas vezes presidente do TCE.
O poder é efêmero
“Eu sempre digo que entre duas planícies existe um monte. Pra passar de uma planície para a outra tem que subir o monte e descer. O poder é efêmero”.
Conselho para o novo conselheiro
“Eu queria que ele amasse o Tribunal como eu amei. Que ele tivesse a coragem para enfrentar as batalhas. O resto é difícil aconselhar. Isso é muito relativo”.
Flash Yala Sena
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