Agentes do mercado esperam a taxa Selic fique nos atuais 15%, mas divergem sobre o momento em que o Copom começará a cortar os juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne, a partir desta terça-feira (29/7), para deliberar a taxa de juros básica do país, a Selic, que ficará vigente pelos próximos 45 dias. A expectativa é que a Selic seja mantida em 15% ao ano, o que vai resultar no fim do ciclo de altas dos juros, iniciado em setembro do ano passado.
É consenso entre agentes do mercado financeiro que o Copom deve manter a taxa Selic no atual patamar de 15%. Por outro lado, economistas seguem divididos a respeito de quando o comitê começará a cortar os juros.

Alguns analistas apostam que os primeiros cortes na Selic serão feitos a partir de dezembro deste ano, enquanto outros projetam uma redução só depois do primeiro trimestre de 2026. Há ainda uma outra vertente, com uma expectativa ainda mais conservadora, que estima que os juros continuarão em 15% até o fim do próximo ano.
Copom sinalizou interrupção no ciclo de altas
Na reunião de junho, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa de juros de 14,75% ao ano para 15% ao ano. Essa foi a sétima alta consecutiva no ciclo de aperto monetário (aumento dos juros), que começou em setembro de 2024.
Com isso, a Selic chegou ao patamar mais elevado em quase 20 anos. Conforme dados da série histórica, a taxa de juros é a maior desde julho de 2006, época do fim do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em ata, a cúpula do Banco Central explicou que aumentou a taxa de juros porque a “economia ainda apresenta resiliência, o que dificulta a convergência da inflação à meta e requer maior aperto monetário”.
Entenda a situação dos juros no Brasil
- A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
- Os integrantes do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic. Uma vez que a missão do BC é controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país.
- Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
- Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores.
- Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e do mandato de Galípolo à frente do BC.
Na ata, o Copom ressaltou que o ciclo de altas foi “rápido e firme”, mesmo tendo sido iniciado em setembro do ano passado. E, por esse motivo, decidiu antecipar a interrupção do ciclo de alta dos juros e observar os efeitos do aperto monetário para, assim, avaliar se a taxa de juros atual é apropriada para assegurar a convergência da inflação à meta.
“Grande parte dos impactos da taxa mais contracionista ainda está por vir […]. Determinada a taxa apropriada de juros, ela deve permanecer em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado devido às expectativas desancoradas”, avaliou o comitê.
O Copom também enfatizou que “seguirá vigilante”, ponderando “que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.
Por Mariana Andrade, Gabriela Pereira – METRÓPOLES







