O distanciamento físico de 1 ou 2 metros, medida preventiva recomendada pelas autoridades de saúde mundiais, pode não ser o suficiente para evitar a transmissão da Covid-19. É o que aponta um estudo realizado pela Universidade de Oxford e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
A pesquisa analisou dez estudos diferentes que analisavam a projeção horizontal na qual as gotículas respiratórias dos indivíduos se dispersavam através de tosses e espirros, e detectaram que elas poderiam ser identificadas para além de 2 metros, chegando até 6m ou 8m.
A carga viral do emissor, a duração da exposição e a suscetibilidade de um indivíduo à infecção também são importantes pontos a serem analisados.
O tamanho de uma gotícula respiratória é um fator determinante para saber a distância que ela irá percorrer: grandes gotículas emitidas não evaporam com facilidade, mas pousam no chão em um intervalo de 1-2 metros. Já pequenas gotículas, geralmente invisíveis a olho nu, evaporam mais rapidamente, e com fluxo de ar, podem se espalhar por distâncias maiores. Além disso, estudos laboratoriais também sugerem que as partículas de SARS-CoV-2 podem ser analisadas no ar por até 16 horas.
O estudo também reitera importância de manter o ambiente arejado, com fluxo constante de ar natural – e não apenas ventilação – de modo a evitar a transmissão. Ambientes fechados, onde há troca constante de gotículas – através da fala, do canto e da respiração ofegante – devem ser evitados afim de prevenir a contaminação.
Ainda de acordo com a pesquisa, o distanciamento físico deve ser visto apenas como uma parte de uma abordagem mais ampla de saúde pública para conter a pandemia covid-19. Ele precisa ser implementado juntamente com estratégias combinadas de gerenciamento de pessoas, ar, superfície e espaço, incluindo higiene das mãos, limpeza e ocupação, além de uso dee equipamentos de proteção adequados, como máscaras.
Giulia Alecrim, da CNN, em São Paulo