Militares falam em ação ‘limitada e localizada’ que mira alvos ao longo da fronteira entre os países
As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram na noite desta segunda-feira, 30 (madrugada de terça, 1º, no Oriente Médio), que começaram uma operação por terra “limitada e localizada” mirando alvos do Hezbollah no sul do Líbano. A incursão marca mais uma escalada no conflito entre o país comandado por Benjamin Netanyahu e a milícia libanesa.
Segundo os militares, as operações miram vilas próximas à fronteira com Israel que representariam “uma ameaça imediata às comunidades israelenses ao norte”. A ação foi planejada nos últimos meses e aprovada por líderes políticos em uma reunião presidida pelo premiê Benjamin Netanyahu. A Força Aérea e tropas de Israel estão “apoiando as forças terrestres com ataques a alvos militares”. Não foram divulgadas informações sobre quanto tempo a operação duraria.
O anúncio corrobora uma informação que havia sido divulgada mais cedo pela Casa Branca, que sinalizou que as forças israelenses tinham lançado “operações terrestres limitadas” mirando o Hezbollah. Em outro sinal de que a invasão era iminente, Israel declarou três pequenas comunidades perto da fronteira como “zona militar fechada”, restringindo o acesso apenas ao exército.
Ao mesmo tempo em que a operação por terra ocorre, ataques aéreos de Israel atingiram o subúrbio de Beirute.
A última vez que Israel e o Hezbollah se envolveram em combate terrestre foi em 2006.
Próxima etapa da guerra
Nesta segunda, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que a “próxima etapa da guerra contra o Hezbollah” começaria em breve. Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, mais de 90 pessoas morreram em ataques de Israel nesta segunda.
O líder da milícia libanesa, Hassan Nasrallah, foi morto em ataque de Israel a Beirute no fim da última semana. Pouco antes dos comentários de Gallant, o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o grupo e seus combatentes estão prontos para qualquer invasão terrestre de Israel ao Líbano. Com a morte de Nasrallah e de outras autoridades seniores, Qassem afirmou que a milícia libanesa escolherá novos nomes para preencher os cargos de liderança “o mais rápido possível”.
“Estamos prontos para caso os israelenses decidam entrar por terra, nossas forças de resistência estão prontas para um combate terrestre”, disse Qassem. “Nós venceremos como vencemos na libertação de 2006 diante do inimigo israelense”, completou, referindo-se ao último grande conflito entre os dois inimigos.
Aumento da tensão
Israel e Hezbollah trocam tiros na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro do ano passado. A instabilidade na região foi agravada na semana passada após uma série de pagers, principal forma de comunicação da milícia libanesa, e walkie-talkies explodirem no Líbano, em ataque atribuído ao governo israelense.
Em meio ao aumento da violência, Israel rejeitou uma proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, apresentada pelos Estados Unidos, França e um grupo de países, na última quinta-feira, 26. O plano pedia uma suspensão imediata nas hostilidades por 21 dias, para que uma solução diplomática fosse alcançada antes que o conflito se transforme em uma guerra mais ampla.
Da Redação – Veja