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Maranhense Rayssa Leal busca 2ª medalha olímpica com irmão de criação

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A skatista brasileira gosta de dizer que o Felipe Gustavo é um irmão de criação: ‘Bem mais que só um amigo’.

O Jornal Nacional exibiu nesta sexta-feira (19) a última reportagem especial da série sobre as Olimpíadas. Com apenas 16 anos, Rayssa Leal pode conquistar em Paris a segunda medalha olímpica da carreira. E ao lado dela estará um treinador que é parte da família.

“Na escola, os meninos já me falaram que eu tinha que parar de andar de skate, que era coisa de menino e tal. Eu só queria andar de skate, eu só queria me divertir, fazer o que eu amo, porque é o que eu me sinto bem fazendo. Então, se meus pais me apoiavam, para mim estava tudo certo. Não desiste, porque é o seu sonho, é a sua vida”, conta Rayssa Leal.

“Eu estava no desfile do 7 de setembro. A gente se fantasia de um tema, eu estava de Sininho e eu falei: ‘Pai, me dá a meia e o tênis, eu vou andar assim mesmo’. Foi aí que minha mãe gravou o vídeo. A gente postou o vídeo e aí minha vida mudou completamente”, lembra Rayssa.
O vídeo viralizou nas redes sociais e, aos 7 anos de idade, a vida da Rayssa mudou como em um passe de mágica.

Foto: Divulgação/COB

“A fadinha do skate. Até hoje me chamam assim. Quando eu era pequenininha, minha mãe viu que ia ter campeonato brasileiro de skate lá em Blumenau, Santa Catarina. E aí a gente fez rifa. Foi literalmente com uma passagem só de ida, a gente não tinha a da volta. Estava apostando literalmente todas as fichas em mim. E deu certo”, diz.

“Fui para a Olimpíada, ganhei medalha de prata. Fiz história para o Brasil. Ganhei mundial. No outro ano, eu ganhei o mundial também”, conta Rayssa.
Agora, aos 16 anos, a Rayssa chega à segunda edição de Jogos Olímpicos dela. É uma das favoritas na modalidade street.

“Eu quero o ouro, né? Eu treino diariamente, sempre que eu venho aqui para Imperatriz”, diz.

Imperatriz do Maranhão, a mais de 600 km quilômetros da capital São Luís, onde a Rayssa nasceu e vive até hoje.

“Eu andava na praça Mané Garrincha, é uma pista de skate que o pessoal fez lá. Nossa, era muito bom. Continua sendo muito bom. A sensação de estar andando com os meus amigos… Os meninos vinham, me abraçavam. O Felipe vinha, me jogava para o alto. E até hoje, na verdade, é assim”, conta.
“Eu tinha 9, ela tinha uns 5 anos, que foi quando ela apareceu na pista, pequenininha. A gente começou a se divertir junto pela pista e estamos andando de skate junto até hoje”, diz Felipe Gustavo.
A brincadeira ficou séria. Felipe, hoje, é o treinador da Rayssa.

“A importância que eu tenho é de estar do lado como uma pessoa de apoio dela. Na hora do evento, eu busco sempre ficar no campo de visão dela. Falo: ‘Você consegue, vai dar tudo certo, já deu certo, a gente já está aqui’”, diz Felipe.
“O que o Felipe mais me ajuda é nas minhas manobras, na estratégia geral do campeonato”, afirma Rayssa Leal.
“Acho que ela está andando de skate, ela está concentrada nas manobras. Eu já olho por outra visão. Ela deu essa manobra, ela pode dar outra. Uma manobra que pode dar mais ponto”, explica Felipe Gustavo.

“A primeira tentativa de alguma manobra, quando eu estou com muito medo, eu vou lá nele, aí a gente fala alguma coisa ou a gente aposta alguma coisa e aí funciona”, afirma Rayssa.
Esse treinador é diferente. O Felipe já acompanha a Rayssa de perto há vários anos. Desde os tempos das brincadeiras na pista de skate da praça, das viagens em família pelas paisagens do Maranhão. Técnico, sim. Mas, antes de tudo, um grande amigo. Rayssa gosta de dizer que o Felipe é um irmão de criação. Daqueles que sabem os segredos mais íntimos.

“Ela não gosta que chame ela de Jhúlia também, que é o nome dela”, conta Felipe.
Jhúlia Rayssa Mendes Leal.

“Hoje em dia, meu sonho de criancinha, de viajar o mundo com a minha família, hoje está se realizando”, afirma Rayssa Leal.
Um conto de fadas em que a menina pode ser o que ela quiser.

“Só de ter uma skatista feminina, uma menina, andando, tentando, só de subir no skate já é importante pra gente”, afirma.
A moça de Imperatriz que fez do skate moda.

“Meus pais não tinham como comprar outro tênis para mim, rasgavam as meias, rasgava meu pé”.
Hoje, calça tênis que ela mesma ajudei a desenhar.

“Só de imaginar, sabe? Um tênis que eu mesma criei foi do jeito que eu sempre quis e do jeito que eu sempre sonhei”, comemora Rayssa.

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Fantasia de criança?

“Eu sou muito criança ainda. Nossa, eu brinco muito ainda”, conta.
Ou mulher empoderada?

“Tudo o que eu realmente sonho, eu vou atrás, eu corro atrás junto com a minha família. Eu foco. Eu me inspiro muito em mim mesma”, afirma.
Andando de skate, a Rayssa chegou longe. E olha que ainda tem muito chão pela frente. Nessa relação dos dois, a distância não importa. Ela pode estar se divertindo em uma pista e o Felipe em um ponto completamente diferente do planeta – como na pracinha, onde tudo começou. Não importa. Os dois sempre vão terminar juntos de alguma maneira.

“Ele é bem mais que só um amigo, ele é um irmão muito grande que a vida me deu”, afirma Rayssa Leal.

“Se não fosse ela, eu nem sei o que eu estaria fazendo hoje em dia. Então, é uma coisa que eu acho que vou levar para vida”, diz Felipe Gustavo.
Rayssa Leal: O Felipe não demonstra. A demonstração dele é implicância, entendeu? A minha implicância com você é para dizer eu te amo.
Felipe Gustavo: Dá para alguém tirar ela daqui, por favor?
Rayssa: É o primeiro abraço que eu recebo dele em uma semana.

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
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