Missão da Nasa utilizou equipamento de rádio de precisão para catalogar uma aceleração do planeta vermelho
Resultados da última missão da Nasa enviada para Marte revelaram que seus dias estão ficando mais curtos, diminuindo em três quartos de milissegundo a cada ano, devido ao aumento na velocidade de rotação do planeta vermelho. Como isso é possível?
Um dia marciano normal tem duração de 24 horas e 37 minutos, no entanto, ao estudarem com maior precisão esse período, os cientistas descobriram que esse tempo está mudando.
Os astrônomos ainda não conseguem explicar ao certo o motivo dessa diferença, mas a teoria mais aceita é a de que o planeta está no meio de um processo de redistribuição de sua massa — e que a Nasa exemplifica como um patinador usando os braços para girar mais rápido.
Esse fenômeno pode estar ocorrendo pelo acúmulo de gelo nas calotas polares ou pela superfície do solo estar se recuperando da falta de água em estado físico na parte equatorial do planeta.
“O que estamos procurando são variações de apenas algumas dezenas de centímetros ao longo de um ano marciano (687 dias terrestres). Leva muito tempo e muitos dados para acumular antes que possamos ver essas variações”, disse Sébastien Le Maistre, o principal investigador do estudo, publicado na revista Nature.
Para realizar esse estudos e obter essas medições altamente precisas, os pesquisadores utilizaram um poderoso sinal de rádio lançado em direção a Marte pela Deep Space Network, da Nasa, e então refletido de volta para a Terra pelo experimento Rise (Rotation and Interior Structure Experiment).
O experimento usou dados dos primeiros 900 dias da missão InSight, em Marte, que já dura mais de cinco anos, e concluiu que a rotação de Marte está acelerando em 0,76 milissegundos por ano.
TECNOLOGIA E CIÊNCIA | Matheus Borges*, do R7