Mais da metade das instituições privadas prevê incremento entre 7% e 10% na cobrança para o ano que vem, aponta estudo.
Após dois anos marcados por perdas causadas pela pandemia do novo coronavírus, 90,9% das escolas particulares planejam reajustar a mensalidade dos alunos no próximo ano letivo.
Dados apresentados por um estudo da Meira Fernandes mostram que a variação de reajustes pode superar os 12%, alta avaliada por 9,1% das instituições privadas de ensino.
Para mais da metade das escolas (53%), o aumento da mensalidade estudado deve ficar entre 7% e 10%. Altas entre 5% e 7% são planejadas por 16,7% das instituições e um incremento entre 10% e 11% é visto como adequado para 7,6% dos colégios.
Entre as escolas que desejam aumentar o valor da mensalidade, 6,1% ainda não definiram qual é o reajuste adequado. Há ainda 1,5% de instituições que estimam aumento entre 1% e 3% e outros 6,1% esperam elevar os boletos em um percentual entre 3% e 5%.
“Temos conversado muito com os mantenedores e o mercado e percebemos que os reajustes que estão sendo considerados são muito mais em caráter de reposição da inflação atual e também uma maneira de repor todos os investimentos que foram gastos ao longo de 2020 e 2021″, afirma Mabely Meira Fernandes, diretora do instituto responsável pela pesquisa.
Ela cita que os aumentos estão relacionados com as perdas causadas pela adoção de novas tecnologias para suprir a demanda do ensino a distância e, posteriormente, pelo ensino híbrido, que passou a ser uma obrigatoriedade.
Rematrícula
O estudo mostra ainda que nenhuma das instituições de ensino pesquisadas já atingiu 100% da meta de rematrículas pretendida para o ano que vem. Entre elas, quase dois terços (65,2%) têm o saldo de confirmados para 2022 na faixa entre 50% e 80% do planejado.
Ao serem questionadas sobre as expectativas para o contingente de alunos para 2022, 34,8% das instituições privadas de ensino disseram esperar pela recuperação de 50% ou mais da capacidade das salas de aula no próximo ano.
Mabely destaca que a previsão dos donos de escolas leva em conta que os pais e responsáveis estão esperando a primeira parcela do 13º salário ser paga para renovar o compromisso com as instituições de ensino.
“Percebemos que os mantenedores também estão sempre abertos ao diálogo e a uma negociação positiva para evitar a evasão da matrícula. Por outro lado, temos os pais que também estão buscando um equilíbrio justo nos índices e querem evitar o choque de uma mudança não planejada de escola para seus filhos e o desgaste social e emocional que ela causa”, avalia a diretora.
Para Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), os pais não podem ter medo de conversar com o setor financeiro da escola e pedir descontos. “Quanto mais cedo for essa conversa, maior será a chance de ter sucesso na negociação. Um bom argumento para conseguir descontos é verificar a possibilidade de adiantar o pagamento de mensalidades na hora da matrícula, assim a escola terá um sinal de segurança de que os valores serão pagos o ano todo”, orienta ele.
EDUCAÇÃO | Do R7