A declaração foi durante teleconferência com prefeitos de capitais.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse neste domingo (22) que o governo federal está projetando, junto com uma universidade e empresas, a produção de um respirador básico para ser distribuído no país e que vai auxiliar no tratamento de doentes pelo novo coronavírus.
Mandetta deu a declaração durante uma teleconferência com prefeitos de diversas capitais do pais.
Na conversa, ele afirmou que, devido à alta da demanda provocada pela epidemia, o Brasil, assim como outros países, enfrenta dificuldades para comprar desses respiradores, que são usados principalmente em pacientes internados em UTIs.
“Você sonha com uma Ferrari, mas nos estamos desenhando com a Coppe-Rio, com algumas unidades do brasil de produção, um respirador, um fusquinha, pra que a gente possa ter com muita capilaridade”, disse Mandetta.
Coppe é o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Mandetta disse que o país tem duas empresas que produzem esse tipo de ventilador, que as duas estão produzindo na capacidade máxima e que o governo brasileiro barrou as exportações desses equipamentos para que atendam à demanda interna.
Ele afirmou ainda que o presidente Jair Bolsonaro está fazendo um “chamamento” para que empresas que tenham “similaridade” possam ajudar na produção de peças e no aumento da fabricação de ventiladores.
Mandetta também afirmou que vai avaliar a possibilidade de renovar automaticamente o contrato de médicos que atuam no programa Mais Médicos.
Adiamento das eleições municipais
O ministro também defendeu junto aos prefeitos o adiamento das eleições municipais de 2020. De acordo com ele, as eleições podem atrapalhar o combate ao coronavírus porque candidatos vão “querer fazer ação política” em meio à pandemia.
“Aliás eu faço até uma sugestão para você discutirem. Está na hora olhar e falar assim: ‘ó, adia, faz um mandato tampão desses vereadores, desses prefeitos’. Eleição no meio do ano é uma tragédia, vai todo mundo querer fazer ação política”, disse Mandetta.
O ministro deu a declaração em meio a conversa com o prefeito de Belém (PA), Zenaldo Coutinho, que reclamou da dificuldade de contato com a secretaria estadual de Saúde do Pará.
Por Fábio Amato, G1 — Brasília