Em fórum ministerial em Barbados, Wellington Dias destacou importância de aliar acesso a políticas de saúde, educação e cuidados para que a transformação de sistemas de proteção social seja efetiva
O XVI Fórum Ministerial para o Desenvolvimento na América Latina e no Caribe reúne representantes dos países dessas regiões para a troca de experiências sobre desafios e avanços nas políticas sociais. Um dos principais eventos desta quinta-feira (31.10) foi a mesa de debates sobre adaptação dos sistemas de proteção social para populações vulneráveis. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, participou da reunião.
Realizado em Bridgetown, capital de Barbados, o fórum traz nesta edição a temática “Resiliência em Ação: Políticas Sociais para Enfrentar Incertezas na América Latina e no Caribe”. Após a cerimônia de abertura do evento e reuniões com representantes de outros países, na parte da manhã, o ministro brasileiro participou das discussões em torno de estratégias de adaptação e transformação dos sistemas de proteção social.
“Para alcançar essa adaptabilidade, podemos explorar a implementação de tecnologias, como identidades digitais, para aumentar a eficiência e abrangência dos programas de assistência. Essas ferramentas permitem identificar e atender de maneira mais rápida e precisa às necessidades da população, criando redes de segurança social mais inclusivas e resilientes”, pontuou Wellington Dias.
Ao lado de representantes de outros países, o titular do MDS chamou atenção para a importância de associar a questão das mudanças climáticas ao tema da proteção social, compreendendo que a crise climática contribui para aumentar a vulnerabilidade das populações que já vivem nessa situação.
“Eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais frequentes, impactando diretamente as populações mais vulneráveis. É preciso que os sistemas de proteção social se adaptem a essas condições, oferecendo soluções para quem sofre com o deslocamento, a perda de meios de subsistência e o acesso a serviços essenciais em decorrência de desastres naturais”, destacou o ministro.
O acesso aos cuidados de saúde da população que necessita de políticas de proteção social foi outro ponto essencial do debate. Wellington Dias apontou que a covid-19 revelou a fragilidade dos sistemas de saúde e a exclusão a que são submetidas milhões de pessoas nos países da América Latina e do Caribe.
“Integrar medidas adaptativas aos sistemas de saúde é fundamental para que possamos oferecer cuidados preventivos e suporte em saúde mental, especialmente durante e após períodos de crise. A saúde mental, em particular, é muitas vezes negligenciada em políticas públicas, mas é essencial para a recuperação e o bem-estar das comunidades”, defendeu o titular do MDS.
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
Para o ministro Wellington Dias, os esforços para o enfrentamento das mudanças climáticas, a consolidação de políticas de cuidado e, sobretudo, a preocupação em atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs), são eixos que unem os países da América Latina e do Caribe.
“Estamos em busca de experiências resilientes na proteção social para enfrentar os desafios climáticos e combater à fome, que é a ação principal dos ODSs. Vamos sair daqui mais fortalecidos”, declarou o ministro.
Fórum Ministerial
O Fórum Ministerial para o Desenvolvimento da América Latina e do Caribe oferece aos ministros e outros tomadores de decisão um espaço para discutir experiências em políticas públicas na área de desenvolvimento humano e social e identificar respostas aos novos desafios da região.
O evento organizado pelo governo de Barbados com o apoio do Escritório Regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para a América Latina e o Caribe, bem como de várias outras agências, aborda questões relevantes para a região, como: gestão social, inclusão de jovens, respostas sociais à crise global e suas consequências, financiamento de políticas sociais e estratificação social.
A XVI edição do Fórum Ministerial ocorre em Barbados até esta sexta-feira (1.11), com o apoio do PNUD e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Os debates giram em torno de como as políticas sociais podem contribuir para construir resiliência em tempos incertos.