Guarda Costeira americana revelou que bóias que contêm um sistema de sonar foram instaladas nas águas próximas aos ruídos identificados
Na coletiva cedida na tarde desta quarta-feira, a Guarda Costeira dos Estados Unidos informou que as equipes que estão atuando na tentativa de resgate do submersível Titan, desaparecido desde domingo nas águas do Atlântico Norte, desconhecem a origem dos ruídos detectados no local das buscas pela embarcação, que desapareceu com cinco pessoas a bordo, enquanto se dirigia para visitar os destroços do Titanic. Além disso, revelou que um objeto retangular avistado no mar não era o submarino e se revelou apenas como alarme falso, algo que não é incomum em uma operação deste tipo.

“Não sabemos o que são os ruídos” ouvidos na noite de terça-feira e na manhã desta quarta, na área onde se acredita que o submersível tenha desaparecido, disse o capitão Jamie Frederick, porta-voz da Guarda Costeira.
Ele também acrescentou que foram instaladas muitas sonobóias — bóias que contêm um sistema de sonar — nas águas próximas. Ainda segundo as autoridades americanas, mais sons foram detectados ao longo do dia.
O Capitão Frederick revelou que os ROVs (Veículos Subaquáticos Operados Remotamente) adicionais, que chegarão em breve para reforçar o trabalho das equipes, têm capacidade para identificação em uma profundidade extra. Enquanto isso, eles seguem a vasculhar a área onde os ruídos foram ouvidos.
Na noite de ontem, a imprensa americana divulgou a notícia de que foram ouvidos sons de batidas, identificados na área de buscas. A revista Rolling Stone, seguida pela CNN, citaram memorandos internos do governo dos EUA e relataram que, quatro horas depois que dispositivos de sonar adicionais foram implantados, estrondos ainda foram ouvidos.
A Guarda Costeira americana confirmou, já na madrugada de hoje, que as equipes de resgate detectaram “ruídos subaquáticos” no local. Uma aeronave canadense foi quem os identificou abaixo d’água, o que fez as operações serem “realocadas na tentativa de explorar a fonte dos ruídos”. As buscas “retornaram resultados negativos, mas continuam”, acrescentou a divisão marítima militar.
Objeto retangular avistado
Perguntado sobre o relato de um objeto retangular que foi avistado nas áreas de busca, o Capitão Frederick revelou que a equipe que trouxe esta informação determinou que ele não era o submersível Titan, e não tinha nada a ver com o caso. Também acrescentou que, em uma busca como essa, é comum se encontrar vários objetos no oceano que não fazem parte das evidências.
Áreas de buscas ampliadas
Na coletiva de hoje, a Guarda Costeira americana anunciou, a área vasculhada por navios e aeronaves americanos e canadenses agora é de 26 mil km². Até esta terça-feira, ela era de 14 mil km². Além disso, a profundidade das buscas aumentou para 4 km. Os fatos da localização ser distante da costa, o clima estar sofrendo mudanças e haver ação das correntes do mar, estão influenciando nas estratégias.
“Temos que nos manter otimistas e esperançosos quando estamos em um caso de busca e resgate”, declarou o Capitão Frederick, em declarações a jornalistas em Boston.
As estimativas das autoridades apontam que a reserva de oxigênio disponível no Titan deve durar apenas até a manhã desta quinta-feira. Não se sabe ainda o que pode ter ocorrido com o veículo.
Por O Globo — Boston