Otan vai reforçar segurança perto da fronteira com a Rússia após drones sobrevoam a Dinamarca

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Em um novo episódio da ‘crise dos drones’, equipamentos de origem desconhecida foram avistados no país na sexta-feira (26). Aliança disse que os novos recursos incluem ‘plataformas de inteligência, vigilância e reconhecimento’.

A Otan afirmou neste sábado (27) que vai “reforçar ainda mais a vigilância com novos recursos na região do Mar Báltico” após os recentes incidentes com drones na Dinamarca.

Em comunicado enviado por e-mail à agência de notícias Reuters, a aliança disse que os novos recursos incluem “plataformas de inteligência, vigilância e reconhecimento, além de ao menos uma fragata de defesa aérea”.
Um porta-voz da Otan disse que não vai dar detalhes sobre quais países estão contribuindo com os recursos adicionais.

Divulgação

Esses novos recursos vão reforçar a missão “Sentinela do Báltico”, lançada em janeiro em resposta a uma série de incidentes em que cabos de energia, links de telecomunicação e gasodutos no fundo do Mar Báltico foram danificados.

Mapa mostra a localização da Dinamarca e do Mar Báltico. — Foto: Arte/g1

Mapa mostra a localização da Dinamarca e do Mar Báltico. — Foto: Arte/g1

A aliança também lançou este mês a missão “Sentinela do Leste”, para fortalecer a defesa da fronteira oriental da Europa em resposta às incursões de drones russos no espaço aéreo polonês.

A Otan (sigla que significa Organização do Tratado do Atlântico Norte) é uma aliança militar composta por 31 países da América do Norte e da Europa, criada com o objetivo de garantir a segurança coletiva entre seus membros.

Na noite desta sexta-feira (26), novas aeronaves não tripuladas de origem desconhecida foram avistadas sobre a maior base militar dinamarquesa, informou a polícia local.

Os governos locais falam de um ataque da Rússia, que nega. Na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, negou que seu país tenha envolvimento na onda de drones e prometeu reagir a qualquer agressão.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia está preparando um ataque a algum país europeu e está testando a capacidade de defesa da região. “Putin não vai esperar para terminar sua guerra na Ucrânia, ele vai abrir uma nova frente. Ninguém sabe onde, mas ele quer isso”, afirmou.

Europeus discutem criar um ‘muro’ antidrones

O anúncio da Otan ocorre após ministros da Defesa de países do leste europeu concordarem, nesta sexta, que a criação de um “muro antidrones” é uma prioridade para o bloco.

Contexto: Os drones têm desempenhado um papel central na guerra entre Ucrânia e Rússia. O aumento da atividade desses equipamentos também intensificou as preocupações de segurança em vários países europeus. Em geral, são usados tanto para atividades de inteligência quanto para ataques (leia mais abaixo).

Segundo o comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, a prioridade do escudo é criar um “sistema de detecção [de drones] eficaz.” O projeto deverá ser debatido por líderes da UE em cúpula que acontece em Copenhague nesta semana.

O projeto prevê a criação de um sistema de rastreamento e interceptação de drones. E, embora a Otan saiba identificar ameaças de jatos e mísseis, lidar com drones é um desafio maior, avaliaram autoridades à Associated Press.

Quando os drones russos invadiram a Polônia, por exemplo, as nações da Otan mobilizaram caças e helicópteros de ataque e colocaram sistemas de defesa antimísseis em alerta. Mas nenhuma dessas opções foi projetada especificamente para combater drones.

Ainda não há detalhes sobre como a muralha funcionará nem como será financiada. De acordo com o comissário europeu, os líderes pretendem começar as negociações para estruturar a política industrial e financeira do projeto.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse no início deste mês que a Europa “deve atender ao chamado de nossos amigos bálticos e construir uma muralha de drones”.

Von der Leyen afirmou que 6 bilhões de euros (US$ 7 bilhões) serão reservados para a criação de uma aliança de drones com a Ucrânia, cujas forças armadas utilizaram esses equipamentos para causar cerca de dois terços de todas as perdas de material militar sofridas pelas tropas russas.

Drones na guerra entre Ucrânia e Rússia

A Rússia está usando drones contra a Ucrânia porque cada um deles é “um bilhete de loteria que sempre ganha”, disse Kusti Salm, ex-alto funcionário do Ministério da Defesa da Estônia.

Isso porque um drone ou atinge um alvo ou, se a Ucrânia o derruba, drena as defesas aéreas e os recursos financeiros de Kiev, já que os mísseis de defesa são mais caros do que os drones, explicou.

Apesar de Rússia e Ucrânia estarem lançando cada vez mais drones, houve pouco investimento em sistemas de combate a eles. Isso ocorre em parte porque é mais fácil colocar um drone para voar do que desenvolver algo capaz de detectá-lo ou interceptá-lo.

Muralha

A União Europeia negou, em março, financiar uma proposta conjunta da Estônia e da Lituânia para criar um “muro antidrone”. Agora, no entanto, cresce o apoio de líderes europeus a uma ideia do tipo.

A criação do sistema, na prática, não será fácil. Os sistemas ainda são “muito caros”, demoram a ser implementados e não podem ser produzidos em massa, disse o tenente-geral Andrus Merilo, comandante das Forças Armadas da Estônia.

Diante de ataques constantes, a Ucrânia está desenvolvendo rapidamente sua própria tecnologia, incluindo drones de ataque de longo alcance e modelos menores para uso na linha de frente.

Embora grandes empresas de defesa desempenhem um papel fundamental na proteção da Europa, a Letônia e alguns outros países da Otan recorreram a empresas menores para adquirir pequenos mísseis antidrone assim que estiverem em produção.

Mas uma abordagem fragmentada não é o ideal. Em vez disso, a UE precisa investir mais em startups europeias, que podem acelerar a produção de defesas antidrones utilizáveis por aliados em diferentes sistemas de armas, afirmou Kusti Salm.

Na Ucrânia, às vezes se passam apenas algumas semanas entre o desenvolvimento de uma nova tecnologia de drones e seu uso no campo de batalha. A Europa “não tem tempo” para esperar anos pela aquisição de equipamentos, afirmou Tomas Godliauskas, vice-ministro da Defesa Nacional da Lituânia.

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
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