Policiais cumprem 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão determinados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Polícia Federal (PF) realiza a Operação Sangria nesta quarta-feira (2) contra a alta cúpula do governo do Amazonas por desvios na Saúde. São cumpridos 25 mandados judiciais expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os policiais estiveram na casa do governador Wilson Lima (PSC), que enfrentará um julgamento de denúncia ainda hoje no STJ.
São 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária cumpridos nas cidades de Manaus (AM) e Porto Alegre (RS), além de sequestro de bens e valores, que, somados, alcançam a quantia de R$ 22.837.552,24.
Segundo as investigações, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do governo do estado.
As irregularidades envolvem um hospital de campanha. Segundo as investigações, o local não atende às necessidades básicas de assistência de combate à Covid e ainda coloca os funcionários em risco de contaminação.
Ainda segundo a PF, contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem, firmados em janeiro de 2021 pelo governo amazonense para o hospital de campanha, têm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados.
Os investigados devem responder por crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa. As penas podem chegar a 24 anos de reclusão.
CPI da Pandemia
Wilson Lima também integra o grupo de nove governadores convocados a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. No cronograma, seu depoimento está marcado para o dia 29 de junho, o primeiro de um chefe do Executivo estadual.
No entanto, acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e argumentam que uma investigação no âmbito do Legislativo federal não pode ter autoridade para convocar governadores. No entendimento deles, há o risco de rompimento do pacto federativo, o que tornaria as convocações inconstitucionais.
O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, deve ser ouvido pela CPI no próximo dia 15 de junho.
Vianey Bentes, da CNN, em Brasília