A chamada síndrome de Haff provoca dores musculares e insuficiência renal e está associada ao consumo de pescados.
Pelo menos quatro estados brasileiros têm registros de casos da síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta. Além de deixar a urina com coloração escura, ela também provoca dores musculares e insuficiência renal. Os sintomas aparecem entre duas a 24 horas após o consumo de peixes e crustáceos. O Piauí segue sem notificações.
Já foram identificados casos da doença no Amazonas, Bahia, Ceará e Pará. Conhecida desde a década de 1920, a doença de Haff é causada por uma toxina que pode ser encontrada em peixes como o tambaqui, badejo, arabaiana ou em crustáceos, como a lagosta e camarão. Como ela é pouco estudada, acredita-se que esses animais possam ter se alimentado de algas com certos tipos de toxinas que, consumidas pelo ser humano, provocam sérios danos à saúde.
Peixes e cuidados
A toxina, sem cheiro e sem sabor, surge quando o peixe não é guardado e acondicionado de maneira adequada. Amélia Costa, gerente de epidemiologia do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Piauí, revela que pescados provenientes de empreendimentos que promovam boas práticas de manejo e manipulação, tanto na produção, quanto na sua comercialização, não representam riscos.
Conservação
“A Sesapi elaborou um alerta orientando a conservação adequada do pescado, porque o peixe mal conservado produz essa toxina”, aponta.
O governador Wellington Dias acalmou a população sobre a inexistência da doença de Haff no Estado. “O peixe é alimento saudável e nutritivo. E o Piauí trabalha a piscicultura com muita responsabilidade, cumprindo cuidados na área sanitária com segurança e saúde”, declarou.
Covid-19: COE e identificação de variantes
Devido a pandemia da Covid-19, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) criou o Centro de Operações Emergenciais (COE). Instituído no dia 16 de março de 2020, o COE contribui para a análise de dados e de informações para subsidiar a tomada de decisão dos gestores e técnicos, na definição de estratégias, preparação da rede e de ações adequadas e oportunas para o enfrentamento de emergências em saúde pública.
Outro trabalho importante da Sesapi foi na identificação de variantes da doença. O coronavírus está, já há algum tempo, sofrendo novas mutações. As variantes, linhagens e cepas tendem a ser mais agressivas e transmitidas com mais facilidade entre as pessoas. Além disso, os anticorpos adquiridos com elas, geralmente, não garantem a proteção ao paciente, que pode ser infectado pela Covid-19 novamente.
Sequenciamento genético
O Piauí se destaca no país por ter, agora, um sequenciador de última geração. O sequenciamento genético e a vigilância molecular para detectar variantes do novo coronavírus são realizados no Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Costa Alvarenga, o Lacen. A equipe foi treinada para usar o equipamento que só existia nos laboratórios da Fiocruz dos Estados da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Processo
Adelino Soares, coordenador do laboratório de biologia molecular, explica como acontece o processo. “O sequenciamento nada mais é do que determinar a sequência das bases nitrogenadas do material genético. Feito isso, pode-se comparar os genomas da amostra com aquela do genoma da amostra de referência, dos primeiros casos de Covid-19 junto com a Vigilância Epidemiológica”, explica.(L.A)
Vacinas e as doenças controladas
Dentre os avanços no serviço de saúde no Brasil está a vacinação. Doenças como o sarampo, meningite, coqueluche, hepatite, entre outras, hoje, estão controladas graças ao elevado índice de imunização. Essas enfermidades registravam óbitos preocupantes, principalmente entre crianças.
Luciano Mourão, infectologista explica a importância das vacinas. “Precisamos manter as campanhas de vacinação em porcentuais seguros. A população precisa procurar a vacina. Houve uma redução da procura com a pandemia, mas é preciso campanhas educativas para manter o nível de consciência”, explica.
Pandemia
O ano da pandemia de Covid-19 também foi marcado pelo surto de um outro vírus que, há alguns anos, estava erradicado do Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2020, o país registrou 8.419 casos de sarampo. A doença infecciosa grave e que pode levar à morte, foi registrada em 21 estados. No Piauí não houve registro, assim como o Acre, Roraima, Rio Grande do Norte, Paraíba e Espírito Santo.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível, extremamente contagiosa e muito comum na infância. Os sintomas iniciais apresentados pelo doente são febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular e corrimento do nariz. Após esses sintomas, geralmente há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias.(L.A)