Heitor Luiz Rodrigues de Queiroz, de 9 anos, foi um dos dez selecionados para integrar o time de Sócios-Mirins da Associação dos Engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Aeita) 2024. Cerca de 10 mil crianças e adolescentes participaram do processo seletivo.
Heitor Luiz Rodrigues de Queiroz, de 9 anos, sonha ser engenheiro aeroespacial e está próximo de realizar uma grande conquista: visitar os mais importantes institutos de pesquisa espacial e tecnológica do Brasil. O sonho se tornou realidade depois que o pequeno se tornou o primeiro piauiense entre os 10 Sócios-Mirins da Associação dos Engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Aeita) 2024.
Heitor é natural de Capitão de Campos, a 135 km de Teresina, e conseguiu destaque após um processo seletivo de duas fases. O menino competiu com cerca de 100 mil crianças.
Com a vitória, ele e mais 9 crianças e adolescentes, também selecionados, irão a São José dos Campos visitar o polo aeroespacial brasileiro e sede da Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A (Embraer), do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Além disso, o garoto ganhará mentoria remota com a participação de engenheiros e pesquisadores do ITA.
Segundo a mãe do garoto, Jéssica Queiroz, a viagem marcará o início do sonho do filho de tornar-se astrônomo e engenheiro aeroespacial, um desejo que ele alimenta desde muito cedo, aos 3 anos.
“O sonho inicial do Heitor é ser astrônomo. O interesse dele começou aos 3 anos e, aos 7, descobriu a Aeronáutica, conheceu o ITA e definiu que também queria ser engenheiro aeroespacial. Ele fala que seria incrível estudar o Universo e também desenvolver equipamentos para essas pesquisas”, contou a mãe.
Heitor e a mãe embarcam na aventura para São José dos Campos no mês de novembro de 2024. Após as visitas nas instituições, o garoto participará de uma mentoria remota com grandes nomes do ITA e terá como missão incentivar outras crianças que planejam estudar áreas relacionadas às ciências.
Superação do bullying e projeto de astronomia
Foi ao compartilhar o sonho de se dedicar ao espaço que Heitor começou a receber as primeiras provocações de colegas de turma. Por ser uma criança atípica, Heitor sentiu ainda mais as provocações.
“No começo ele me relatava somente sobre os insultos. Dizia que o chamavam de bobão e idiota por dizer que sonhava em ser astrônomo. Algumas crianças podem não ligar tanto, mas pelo Heitor ser autista com superdotação e altas habilidades, ele sentiu muito”, contou Jéssica.
Não demorou muito para que os apelidos maldosos virassem agressões físicas.
“Fui na escola, conversei e pensei que a situação havia melhorado, mas um dia ele chegou em casa bem machucado. Chutaram e arranharam ele, chegou aqui com o cabelo todo desarrumado. Ele chorou muito e choramos junto. Tiramos da escola”, lamentou a mãe de Heitor.
Mesmo com os momentos traumáticos, o menino conseguiu recuperar-se e seguir com o grande desejo de alcançar as estrelas. Aos sete anos, foi chamado por uma professora de outra escola para dar uma palestra para estudantes mais velhos que iriam participar da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA).
Heitor gostou da experiência e disse para a mãe que queria fazer o mesmo em outras olimpíadas. Foi assim que nasceu o projeto “Compartilhando Astronomia com Heitor Luiz”.
No projeto, o garoto auxilia e incentiva outras crianças e adolescentes a participarem de projetos voltados para a astronomia.
*Estagiária sob a supervisão de Maria Romero
Por Sthefany Prado*, g1 PI