Polícia Federal faz operação para investigar suspeita de desvios na Codevasf do Maranhão

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Suspeita é de desvio de dinheiro público por meio de fraudes em licitações feitas pela estatal, que eram direcionadas para Construservice. Valores não foram divulgados. Agentes apreenderam relógios de luxo e dinheiro em espécie durante o cumprimento de mandados.

PF realiza operação contra desvios na Codevasf, no Maranhão — Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (20), a ‘Operação Odoacro’, que visa desarticular uma associação criminosa suspeita de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro envolvendo verbas federais em contratos com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), no Maranhão.

Comandada por integrantes do Centrão – grupo de partidos que atualmente dá sustentação ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) –, a Codevasf é uma estatal responsável por realizar obras e serviços em estados do Nordeste.

A Polícia Federal não informou quando foram feitos os contratos sob suspeita. A principal empresa apontada no esquema é a Construservice, que tem como sócio oculto Eduardo Costa Barros, o ‘Eduardo DP’, também conhecido como ‘Imperador’. Ele também é alvo da operação e foi preso.

Relógios de luxo encontrados durante a operação 'Odoacro' no Maranhão — Foto: Divulgação/PF
Relógios de luxo encontrados durante a operação ‘Odoacro’ no Maranhão — Foto: Divulgação/PF

A operação é realizada em São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas, com 16 mandados de busca e apreensão. Nos locais onde a PF esteve, foram apreendidos relógios de luxo e R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo.

Segundo as investigações da PF, Eduardo comanda um esquema de lavagem de dinheiro realizado a partir do desvio de verba pública, por meio de fraudes em licitações. O mesmo esquema já havia sido descoberto anteriormente em uma operação da Polícia Civil, em 2015, no município de Dom Pedro.

Polícia apreendeu dinheiro em cofre e outros itens de valor durante a operação — Foto: Divulgação/PF
Polícia apreendeu dinheiro em cofre e outros itens de valor durante a operação — Foto: Divulgação/PF

Após a operação em 2015, os policiais federais notaram que o esquema criminoso não somente continuou, mas cresceu nos anos posteriores, alterando a origem da verba desviada, que passou a ser federal.

Na prática, os criminosos criam empresas de fachada e simulam competições durante as licitações, mas com o real propósito de fazer com que a empresa vencedora seja sempre a de Eduardo DP, que possui grandes contratos com a Codevasf: A Construservice.

Veículos encontrados durante a operação 'Odoacro' no Maranhão — Foto: Divulgação/PF
Veículos encontrados durante a operação ‘Odoacro’ no Maranhão — Foto: Divulgação/PF

De acordo com a PF, além de colocar as suas empresas e bens em nome de terceiros, Eduardo DP ainda possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, utilizando-se desse instrumento para perpetrar fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de controle.

O g1 tenta contato com Eduardo Costa para comentar sobre as acusações da PF, mas ele ainda não foi encontrado para falar sobre o assunto.

Já a Codevasf afirmou que não teve acesso à decisão judicial que autorizou a operação policial, mas colabora com o trabalho realizado pelas autoridades policiais e proverá suporte integral às investigações. A Companhia disse ainda que mantém compromisso com a integridade de suas ações e com a elucidação de fatos.

Ao todo, 80 policiais federais cumpriram as determinações judiciais expedidas pelo 1ª Vara Federal de São Luís. Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude à licitação, lavagem de capitais e associação criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 16 anos de prisão.

Dinheiro encontrado durante a operação 'Odoacro' no Maranhão — Foto: Divulgação/PF
Dinheiro encontrado durante a operação ‘Odoacro’ no Maranhão — Foto: Divulgação/PF

Operação Odoacro

A operação foi denominada ‘Odoacro’ em referência ao sobrenome do soldado italiano que capitaneou uma revolta que colocou fim ao Império Romano, visto que um dos investigados pela PF é conhecido como ‘Imperador.’

Por g1 MA — São Luís

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
Acompanhe nossa coluna no Portal Cidade Luz e fique por dentro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Dois dias de cerimônias do ABC 2025 formam 72 alunos da rede municipal em Guadalupe

Por Gleison Fernandes - Jornalismo da UCA. A rede municipal de ensino de Guadalupe encerrou, nesta sexta-feira, 5 de dezembro,...

Favelas no Piauí têm baixa infraestrutura de drenagem; piores índices do Brasil

O Piauí possui o terceiro menor índice de favelas e comunidades urbanas com bueiros para o escoamento de água...

33,7% da população culpa o Governo Rafael Fonteles por falta d’água, segundo pesquisa

Levantamento do Instituto Divulga revela insatisfação com a qualidade e a falta de água na cidade; governo estadual e...

Membros do governo Lula avaliam que anúncio de Flávio Bolsonaro é estratégia para 2030

Ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu o filho para ser candidato a presidente em 2026 Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio...
spot_img

Copa do Mundo 2026: confira todos os grupos da competição

Torneio terá início no dia 11 de junho do próximo ano A Copa do Mundo de 2026 será disputada nos...

Seleção do Brasil disputa amistosos com França e Croácia

CBF confirmou as partidas após sorteio dos Grupos da Copa Momentos após a definição do grupo da seleção brasileira na...
spot_img

Posts Recomendados