“Os resultados das eleições saem da própria urna imediatamente após o término da votação”, disse Barroso. Em tom irônico, o ministro também afirmou que “para quem gosta de voto impresso, vamos passar a distribuir esse resultado que sai da urna”.
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, criticou na segunda-feira (16), pessoas que defendem a volta do voto impresso nas eleições brasileiras.
A fala soou como indireta ao presidente Jair Bolsonaro, que está entre as pessoas que apoiam a volta do sistema antigo ou de uma versão híbrida, em que os votos nas urnas são impressos imediatamente depois que o eleitor registra a opção no equipamento.
“Os resultados das eleições saem da própria urna imediatamente após o término da votação”, disse Barroso. Em tom irônico, o ministro também afirmou que “para quem gosta de voto impresso, vamos passar a distribuir esse resultado que sai da urna”.
O resultado da eleição é acessível a qualquer pessoa, como afirma o ministro, pois o resultado é sempre afixado ao lado de fora da seção eleitoral para conferência por parte do eleitorado brasileiro ou dos candidatos. “Toda urna divulga, de forma impressa ao final do horário de votação, os resultados e os números de cada candidato”, explicou o ministro durante entrevista. Assista à íntegra (1h22min55seg):
Os candidatos e os eleitores podem ter acesso livre a esses resultados, afirmou Barroso ao defender as urnas eletrônicas. “Achar que 1 atraso de duas horas e meia na contabilização possa repercutir sobre o resultado, é simplesmente não lidar com a realidade”, argumentou o presidente do TSE.
NOVA VERSÃO
Barroso tentou explicar novamente a demora para a divulgação dos resultados das eleições. Ele disse que o sistema contratado pelo TSE “travou em alguns momentos” e mudou a versão sobre a causa do problema. Segundo ele, houve atraso na mudança da centralização da contagem de resultados nos sistemas da Justiça Eleitoral.
“O TSE adquiriu um supercomputador para a contagem dos votos que só pôde ser entregue a agosto devido a pandemia”, explica Barroso.
O ministro explicou que, devido a esse atraso da entrega do equipamento, os testes não puderam ser realizados em tempo hábil e a “pandemia trouxe dificuldades de interação humana o que acarretou complexidades a todo o processo”.
ATAQUE DE HACKERS
O presidente do TSE também comentou sobre o “ataque massivo” de hackers, que atingiu a Corte. Barroso voltou a dizer que a ação teve origem no Brasil, Nova Zelândia e Estados Unidos, que tentaram derrubar o sistema do Tribunal Superior Eleitoral. “O ataque não conseguiu ultrapassar as barreiras e foi devidamente repelidos pelos nossos mecanismos de segurança”, ressaltou Barroso. Foram 4036 mil tentativas de invasão ao sistema eleitoral por segundo e o “sistema resistiu a esses ataques”.
Outro ponto destacado por Barroso é sobre o vazamento de informações de funcionários do TSE. Ele disse que a suposta invasão foi realizada em data desconhecida, mas foram recolhidos apenas dados antigos, de ex-funcionários e ex-ministros que trabalharam no TSE de 2001 a 2010. Para o ministro a divulgação desses dados foram feita para “causar a sensação de fragilidade do sistema eleitoral”.
Ele também comentou sobre a tentativa de “milícias digitais” que tentaram “desacreditar o sistema”. “São grupos extremistas que tentam desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura e muitos deles são investigados pelo Supremo Tribunal Federal”, comentou Barroso.
O presidente do TSE também afirmou que solicitou à Polícia Federal a investigação ampla sobre os grupos suspeitos e as tentativas de ataques cibernéticos.
Com informações do Poder360