A preocupação com uma nova onda de demissões com o fim do programa de Benefício Emergencial para Manutenção de Empregos (BEM), deve fazer com que o governo prorrogue por mais dois meses a medida.
A informação foi dada pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, em coletiva de imprensa sobre o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“A possibilidade de prorrogação é grande”, afirmou. Segundo a analista de política da CNN, Renata Agostini, a ideia também ganhou coro do ministro da Economia, Paulo Guedes, que achou o programa fundamental para que o número de demissões durante a pandemia não escalasse tanto.
O BEM é o suplemento concedido pelo governo para aqueles trabalhadores que tiveram a jornada e o reduzidos, ou os contratos suspensos, com prevê o programa. Apesar da prorrogação, Bianco garantiu que o programa não se estenderá para o próximo ano.
“Obviamente, faremos todas as conversas e estudos internos para que isso se viabilize da melhor forma, sem extrapolar 2020”, afirmou.
Na mesma coletiva, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse acreditar que o programa é um dos mais eficientes entre todas as medidas emergenciais lançadas pelo governo em meio à pandemia. “(Com o programa) Preservamos quase 11 milhões de empregos com renovação de 18 milhões de contratos”, observou.
Bianco não vê a possibilidade de uma nova onda de demissões, no entanto, o secretário reconhece uma demanda pela prorrogação do benefício. “Se há uma demanda, não há porque não se fazer a prorrogação. Essa é nossa ideia, tendo em vista que é um programa bem feito, que evita demissão, traz renda ao trabalhador, garante o emprego”, explicou.
O secretário ainda adiantou que a pasta deve entregar nos próximos dias uma medida que reduza as burocracias na área trabalhista. A ideia, de acordo com ele, é reduzir de duas dezenas de atos normativos.
Anna Russi, do CNN Brasil Business, em Brasília