Ex-governador do Piauí defende que o PT amplie o diálogo com evangélicos e conquiste o centro político.
O ministro do Desenvolvimento Social, ex-governador do Piauí, Wellington Dias (PT), afirmou que uma das principais missões do PT para as eleições de 2026 será ampliar o diálogo com o eleitorado evangélico e conquistar o centro político. Segundo o petista, o pleito depende da formação de uma base robusta que una centro e esquerda, evitando o isolamento do partido e buscando superar a resistência existente entre parte dos eleitores religiosos e de perfil mais conservador. As declarações foram veiculadas na revista Veja nesta sexta-feira (22).

Wellington Dias destacou que as pesquisas recentes têm mostrado mudanças no comportamento do eleitorado, como a demanda por um Estado menor e mais espaço para o empreendedorismo. Dias citou que desde 2023 foram registrados 9 milhões de novos negócios no país, mais da metade deles abertos por beneficiários do Bolsa Família, o que representa, segundo o ministro, um fenômeno que precisa ser melhor compreendido e considerado nas estratégias do partido.
“Nas eleições de 2026, o importante para o PT será garantir um centro robusto correndo junto com a esquerda. É a democracia brasileira que está em jogo. A nova direção do partido, encabeçada por Edinho Silva, prega essa reformulação, com a qual eu concordo. O Brasil mudou, e as pessoas querem empreender, se tornar empresárias, autônomas. Desde 2023, registramos o surgimento de 9 milhões de negócios. Curiosamente, mais da metade é composta pelo público do Bolsa Família, um fenômeno que vale ser compreendido melhor”, disse Wellington.
Em relação à disputa presidencial, o ministro avaliou que o cenário atual é diferente do enfrentado em 2022, quando a extrema-direita estava mais fortalecida e a esquerda se encontrava isolada. O petista afirmou que a habilidade política de Lula permitiu a aliança com o centro por meio da entrada de Geraldo Alckmin como vice, movimento que, segundo Dias, distanciou esse setor político da extrema-direita e consolidou uma frente mais ampla em defesa da democracia.
Questionado sobre as divergências dentro da base governista, formada por partidos como PSD, União Brasil e PP, Wellington Dias afirmou que a política brasileira se organiza a partir dos estados, onde cada sigla tem líderes alinhados tanto com o governo quanto com a oposição. O ministro disse acreditar que a janela partidária prevista para o próximo ano promoverá uma reorganização no tabuleiro político nacional, criando novas oportunidades para ampliar alianças em torno do PT.
“Nos últimos meses, noto que houve uma mudança em relação à eleição passada, de 2022, quando a extrema-direita ainda era muito forte e a esquerda andava um pouco isolada. Graças à habilidade de Lula, conseguimos fazer uma aliança com o centro, representado pela entrada do vice-presidente Geraldo Alckmin. E esse espectro está cada vez mais distante da turma da extremadireita, o que é bom para o país. O importante, em 2026, será garantir um centro robusto correndo junto com a esquerda. É a democracia que está em jogo. A eleição no Brasil se organiza pela lógica dos estados. Há lideranças do Progressistas, do PL, do Podemos, do PSDB, do PSD e do União Brasil que são da oposição, e outras são da base do governo. Isso ocorre pela relação estabelecida entre governadores e prefeitos em diferentes regiões do país. No início do ano que vem, a partir da janela partidária, aposto em uma reorganização do tabuleiro que nos dará a oportunidade de ampliar nossas alianças nacionalmente”, declarou Dias.







