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Quase metade dos piauienses vive com menos de R$ 21 por dia, diz IBGE

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Órgão revelou que, em 2022, 1,6 milhão de piauienses faziam parte desse grupo que está abaixo da linha da pobreza. Problema gera impactos sociais, econômicos, físicos e mentais e exige ações imediatas e medidas a longo prazo, apontam especialistas.

Quase metade dos piauienses vive com menos de R$ 21 por dia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão revelou que, em 2022, 1,6 milhão de pessoas – ou 48,2% da população do Piauí – faziam parte desse grupo que está abaixo da linha da pobreza, conforme os parâmetros definidos pelo Banco Mundial.

Quase metade dos piauienses vive com menos de R$ 21 por dia, diz IBGE

Os dados do IBGE mostram que houve uma redução em comparação a 2021, quando 1,7 milhão de piauienses tinham essa renda diária. No entanto, a diferença é pequena diante da urgência do problema, que gera impactos sociais, econômicos, físicos e mentais e exige ações imediatas e medidas a longo prazo, dizem especialistas.

O Dia Mundial dos Pobres, celebrado neste domingo (17), foi proposto pela primeira vez em 2017 pelo papa Francisco e faz parte do calendário litúrgico anual da Igreja Católica. Neste dia, o pontífice convida o mundo inteiro a dedicar uma parte de seu tempo à escuta e ao apoio das pessoas pobres, seja com orações, doações ou voluntariado.

Às margens da Avenida dos Ipês, uma das mais movimentadas de Teresina, a família de Lourdes Pereira vive uma situação extremamente precária. Ela se mudou do Ceará há 20 anos e atualmente mora em um barraco improvisado com o marido, dois filhos e o genro. Lourdes está desempregada e costuma pedir dinheiro no trânsito.

Um pequeno armário, ao lado do barraco, está vazio: Lourdes e os familiares não têm comida para o almoço. Além da falta de alimento, eles banham com a água de uma galeria próxima. Como nem o marido, os filhos ou o genro trabalham, ela se prepara para ir ao semáforo mais uma vez e tentar conseguir dinheiro para comer.

“Ainda há muitas pessoas que sofrem com situações básicas, como a insegurança alimentar, que é o fato de não ter segurança de fazer as refeições na quantidade e qualidade que deveriam, ou mesmo situações extremas como a fome”, avalia a assistente social Samara Pereira.

Pessoas pobres, como Lourdes e sua família, têm três vezes mais chances de desenvolver ansiedade, esgotamento e depressão, aponta um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em outubro deste ano. A pobreza compromete não só a alimentação, mas também a saúde mental.

Algumas ações ajudam a amenizar os efeitos da fome e da pobreza: os benefícios sociais concedidos pelo governo federal, como o Bolsa Família, e as iniciativas de promoção humana. A Comunidade Católica Shalom atua nesse segmento em Teresina e conta com ajuda de voluntários e doadores.

“A gente faz oração, evangeliza e conversa com eles. Escuta a vida, a história deles… Leva o alimento espiritual e físico, distribuindo quentinhas e lanches”, explica a coordenadora do Ministério da Promoção Humana da Comunidade Shalom, Lidiane Fernandes.

Embora sejam importantes, essas iniciativas são apenas paliativas – não resolvem o problema definitivamente. A solução real para a pobreza, na visão da assistente social Samara Pereira, vem dos investimentos estatais em empregabilidade e qualificação.

“Educação, qualificação profissional, atração de investimentos, valorização do salário e garantia de direitos são alguns elementos que contribuem para a superação da pobreza”, elenca a assistente social.

Gleison Fernandes
Gleison Fernandeshttps://portalcidadeluz.com.br
Editor Chefe do Portal Cidade Luz

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