Operação contra descontos no INSS cumpre 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares.
O senador maranhense Weverton Rocha (PDT-MA) foi alvo de um mandado de busca e apreensão na nova fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga um esquema nacional descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Também é alvo da operação um homem identificado como Romeu Carvalho Antunes, que foi preso. O pai de Romeu, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, também já foi preso no mesmo esquema, em setembro.

Também foi preso Eric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis. O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Aldroaldo Portal, foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada.
Em nota, a defesa de Weverton afirmou que o senador recebeu com surpresa a busca na sua residência e que, “com serenidade, se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral a decisão”.
Em abril, investigações da PF revelaram um esquema criminoso para realizar descontos irregulares de valores recebidos por aposentados e pensionistas do INSS, ocorridos no período de 2019 a 2024. Os desvios, conforme as investigações, podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
Quem é Weverton Rocha
Weverton Rocha Marques de Sousa é natural de Imperatriz (MA), tem 46 anos, e construiu sua carreira política a partir de engajamento no movimento estudantil e na política partidária desde a adolescência. No entanto, também acumula diversos processos por corrupção, no qual nega participação.
Durante a juventude, participou como dirigente estudantil em organizações como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), chegando a vice-presidência da entidade nacional.
Nos primeiros anos de sua trajetória pública, trabalhou como assessor na Prefeitura de São Luís entre 2000 e 2006 e foi secretário estadual de Esporte e Juventude do Maranhão com apoio do então governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT).
Carreira no Legislativo
Nas eleições, Weverton foi eleito pela primeira vez em 2010, como suplente de deputado federal, assumindo a cadeira em 2012. Foi reeleito em 2014 e permaneceu na Câmara dos Deputados até 2018. Durante esse período, se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e contra a reforma trabalhista de 2017.
Em 2018 foi eleito senador sob o apoio do governador Flávio Dino, assumindo o mandato que tem até hoje. Atualmente, Weverton tem atuado na base do presidente Lula (PT), sendo relator da indicação do ministro Jorge Messias ao STF.
Em 2022, Weverton chegou a se candidatar a governador do Maranhão com a esperança de que obteria o mesmo apoio de Flávio Dino, mas o acordo não se concretizou. Dino apoiou o então vice-governador, Carlos Brandão (PSB), que venceu as eleições.
Processos na carreira
Caso Projovem Urbano
Quando era secretário de Esporte e Juventude do Maranhão, Weverton foi investigado por contratações sem licitação no âmbito do programa Projovem Urbano.
O Ministério Público ofereceu denúncia por violação à Lei de Licitações e a ação penal chegou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF), que absolveu Weverton pelo entendimento de que não houve dolo ou prejuízo ao erário.
Caso Costa Rodrigues
Em 2017, quando ainda era deputado federal, Weverton se tornou réu no Supremo Tribunal Federal por violação à lei de licitações e peculato pela contratação de uma empreiteira e de dispensa de licitação para a reforma do ginásio Costa Rodrigues, em São Luís.
Dois anos depois, porém, o STF declinou da competência para julgar o caso, e encaminhou o caso para a justiça estadual. Em 2022, o Tribunal de Justiça do Maranhão decretou o encerramento da ação penal e não houve julgamento. O caso poderá ser retomado se a investigação for reiniciada.
Operação Odoacro
Recentemente, as emendas parlamentares destinadas por Weverton foram citadas na Operação Odoacro, que mira supostas irregularidades em contratos envolvendo empresas e agentes públicos no Maranhão, com foco em fraudes, lavagem de dinheiro e uso indevido de verbas públicas.
Por g1 MA — São Luís







