Mais cedo, Pâmela Rosa e Gabi Mazetto encerraram suas participações
Rayssa Leal está mais viva do que nunca na briga pela primeira medalha do Brasil nos Jogos de Paris-2024. Em uma arena construída no centro da cidade, em plena Praça da Concórdia, a skatista chegou a dar um susto na torcida brasileira ao cometer erros em suas voltas na terceira bateria, mas compensou em seguida com excelentes manobras, uma delas a de maior pontuação na história dos Jogos Olímpicos, e garantiu a sétima das oito vagas na final após os resultados da última bateria: 241.43 pontos. A decisão acontece ainda neste domingo, a partir do meio-dia (horário de Brasília).
Já as outras brasileiras na prova não se classificaram para a decisão. Pâmela Rosa e Gabi Mazetto foram eliminadas matematicamente ainda na segunda bateria. Terminaram em 16º e 19º, respectivamente, com 205.23 e 144.35.
Vão à final, na ordem, Coco Yoshizawa-JAP, Liz Akama-JAP, Chenxi Cui-CHI, Chloe Covell-AUS, Funa Nakayama-JAP, Paige Heyn-EUA, Rayssa Leal e Poe Pinson-EUA
Início dramático
Rayssa estava na terceira série das eliminatórias e já entrou na pista tendo uma ideia do que precisava ser feito para conquistar a vaga na final. Mas a skatista de 16 anos não contava com dois erros, um em cada volta, que reduziram sua pontuação inicial para 59.88. Assim, a brasileira entrou pressionada para as manobras, onde precisaria somar duas grandes notas.
Recebendo instruções do irmão de criação e treinador Felipe Gustavo, além de palavras de apoio da compatriota Pâmela Rosa, Rayssa conseguiu se recuperar na prova e acertar suas manobras. As melhores delas (92.68 e 88.87) tiraram um peso das costas e a levaram ao 5° lugar provisório, restando ainda a última bateria. No fim, conquistou a vaga na final.
— Acho que óbvio que faltou algumas coisas, acertar algumas manobras simples da minha linha. Acho que deixei o meu nervosismo bater um pouquinho, mas agora está tudo certo, já passou, e vamos ver se conseguimos fazer final e fazer mais história — analisou Rayssa, que admitiu nervosismo em sua segunda olimpíada:
— Como falei, estava um pouco nervosa e precisava de alguma coisa para manter o ânimo. E minha família é o principal, está todo mundo aqui, ter o abraço de todo mundo, além da torcida, é muito bom. Foi isso que me motivou a continuar. Fiquei muito chateada porque todas as vezes estava acertando minhas linhas, mas chegar na hora para valer e não acertar, ficamos tristes.
Na decisão, o sistema de disputa será o mesmo das eliminatórias: cada atleta tem direito a duas voltas de 45 segundos e outras cinco manobras. Apenas a melhor volta e as duas melhores manobras serão contabilizadas para a pontuação final, que definirá os medalhistas olímpicos.
No atual ciclo olímpico, a skatista brasileira disputou 24 competições internacionais e ficou com o título em 14 delas. Ainda foi vice-campeã em três ocasiões e acabou sete vezes fora do pódio.
Por Alexandre Massi — Paris – O GLOBO