Por Gleison Fernandes.
O prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (União Brasil), sancionou a Lei Municipal nº 6.246/2025, que eleva em 47,42% o próprio salário, passando de R$ 17.690,57 para R$ 26.080,98. A medida, assinada na última terça-feira (12), também reajusta a remuneração do vice-prefeito – de R$ 14.152,46 para R$ 20.864,78 – e dos secretários municipais – de R$ 11.304,00 para R$ 18.256,68.

O aumento ocorre em meio ao discurso recorrente do gestor sobre uma crise financeira no município. Desde que reassumiu a administração, Mendes afirma que encontrou um “rombo bilionário” nos cofres da Prefeitura, cenário que teria motivado medidas de contenção de gastos e a instalação de uma CPI na Câmara Municipal para apurar a situação.
Enquanto isso, setores essenciais como saúde, transporte público e limpeza urbana enfrentam problemas recorrentes. Servidores municipais reivindicam reposições salariais anuais, e categorias como guardas municipais e médicos do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) já realizaram paralisações em 2025. O Ministério Público, inclusive, abriu inquéritos para investigar irregularidades em seis Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital.
A justificativa presente na lei aponta que a revisão dos subsídios está de acordo com a legislação e respeita as limitações constitucionais e orçamentárias do município. No entanto, o reajuste de R$ 8.390,41 para o prefeito contrasta com a realidade da população, já que um trabalhador que recebe um salário mínimo levaria cerca de seis meses para acumular o valor concedido ao chefe do Executivo.
A medida levanta questionamentos sobre o real cenário financeiro da Prefeitura: se a crise persiste ou se, na prática, ela não se aplica ao contracheque do prefeito.








