Em entrevista a podcast, pedetista chamou cúpula do partido de ‘pilantras’ e reclamou de ofensiva pelo voto útil
O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, voltou a subir o tom dos ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao podcaster Monark, nesta quarta-feira, o pedetista chamou o partido de seu adversário de “organização criminosa” e disse que o petista é o chefe da quadrilha.
— O PT virou uma organização criminosa. Tem exceções? Tem. Mas virou uma organização criminosa. Eu sei porque eu conheço eles todos de perto. Toda a cúpula do PT está enrolada em roubalheira. Toda, toda, toda. Sem faltar nenhum. A Gleisi [Hoffmann, presidente nacional do partido]… todos são pilantras, bandidos. E o Lula é o chefe da quadrilha. Eu sei o que estou dizendo, eu vi o Lula se corrompendo — disse Ciro.
O presidenciável do PDT vem endurecendo as críticas que tem feito ao adversário, de quem já foi aliado, principalmente após as ofensivas do PT pelo voto útil. A campanha de Lula tenta virar o voto do eleitorado de Ciro para que a eleição ao Planalto termine já no primeiro turno. De acordo com a última pesquisa Ipec, divulgada na segunda-feira, o ex-presidente lidera a disputa com 47% das intenções de voto, enquanto o pedetista tem 7%. Em segundo lugar está o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), com 31%.
No podcast, Ciro afirmou ainda que uma eventual eleição de Lula seria ensinar “que o crime compensa”:
— Se o Brasil elege um cara desse sem nem sequer obrigá-lo a se explicar, nós não teremos a menor moral para ensinar a essa geração, aos nossos filhos e netos, que o crime não compensa. Nós estaremos ensinando para todo mundo que o crime compensa.
Sobre as ofensivas do voto útil, Ciro falou que há uma movimentação para “enfrentar o fascismo”, mas que esse movimento não leva em conta que o responsável por ele, segundo o pedetista, é o próprio Lula.
— E aí fica agora esse bando de gente, “ah não sei o que, vamos enfrentar o fascismo”. Quem produziu o fascismo foi isto, o encontro trágico de uma crise econômica devastadora, a percepção generalizada correta do nosso povo de que o PT mergulhou na corrupção. E eu não tenho o direito de participar do debate, eu tenho que renunciar a minha candidatura e pedir desculpa para o são Lula, porque estou dizendo isto aqui — disse Ciro.
Por Camila Zarur — Brasília