Startups criam ferramentas para influencers digitais e artistas

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Uma tendência explorada pelas empresas ChatPay e LastLink é o fornecimento de ferramentas para que a pessoa que produz conteúdo interaja com grupos fechados de seguidores em redes como WhatsApp, Instagram e Telegram.

Startups vêm buscando se aproximar do mercado de influenciadores digitais desenvolvendo ferramentas para que os produtores de conteúdo captem recursos e consigam interagir com mais proximidade com seus seguidores.

Uma tendência explorada pelas empresas ChatPay e LastLink é o fornecimento de ferramentas para que a pessoa que produz conteúdo interaja com grupos fechados de seguidores em redes como WhatsApp, Instagram e Telegram.

Foto: Divulgação

As plataformas oferecem a tecnologia para que o produtor cobre a entrada no grupo e automatizam a inclusão de novos membros, além de fornecer ferramentas para interação e envio e hospedagem de vídeos e outros materiais. Em troca, as startups ficam com uma fatia de cerca de 10% paga mensalmente por cada seguidor interessado nas interações.

Arthur Alvarenga, sócio da ChatPay, diz que a criação dessas comunidades é uma estratégia que vem sendo adotada por produtores de conteúdo em áreas variadas, como educação física, finanças, gastronomia e aulas de guitarra.

Alvarenga afirma que, a partir da criação de grupos com seguidores, produtores de conteúdo que não possuem um grande volume de seguidores conseguem viver de seu trabalho, pois quem os acompanha valoriza a interação e a experiência de aprender algo com eles.

“Nosso foco está menos em fazer influenciadores ricos ainda mais ricos e mais em criar ferramentas de trabalho para quem tem uma expertise e quer trabalhar com o que ama”, afirma.

A companhia tem como principal investidor o fundo Kaszek, dos fundadores do Mercado Livre, que liderou uma rodada de investimento de US$ 2,1 milhões nela.

Michel Ank, sócio da startup LastLink, diz que um bom engajamento com os seguidores pode valer mais para influenciadores que criam grupos para ensinar algo do que grande volume de seguidores. “O importante é que dê muita atenção pra eles, porque as pessoas aprendem com a interação com os outros”, afirma.

A plataforma é usada por 2.700 mil criadores que juntos possuem 550 mil assinantes. A startup captou cerca de US$ 1,3 milhão em rodada liderada pelo fundo brasileiro Canary e participação de empresários do mercado de startups.

Outra nova startup que recebeu investimentos neste ano, dessa vez liderados pelo fundo brasileiro Monashees e com participação do Canary, é a Loopi. A empresa tem como sócios executivos que estiveram em posição de liderança na Rappi, ClickBus e Parafuzo.

A startup criou um aplicativo para venda de produtos de moda, beleza e decoração de empresas parceiras e que tem como principal vitrine vídeos de influenciadores cadastrados destacando itens do acervo ao lado de um botão para compra.

A Loopi também oferece ferramentas para lives para que influenciadores vendam produtos indicados.

“Queremos ser um espaço que o consumidor vai tanto para se inspirar, aprender sobre determinado produto, como também fechar a compra”, afirma Ricardo Bechara, um dos fundadores do negócio.

O empresário diz acreditar que o modelo de negócios proposto pela startup abre oportunidades para mais pessoas trabalharem na atividade de produtor de conteúdo. Por enquanto, a Loopi mantém uma fila de espera para interessados em vender pelo aplicativo. A empresa também prevê a abertura de novas categorias de produtos em sua plataforma.

Outra ideia nova para o mercado de influenciadores vem da startup DIVI-hub, que adaptou o modelo de equity crowdfunding (financiamento coletivo com compra de participação em empresas) para o mercado de produção cultural.

Pela plataforma da startup, seguidores podem comprar participação em projetos de produtores de conteúdo por valor que parte de R$ 10.

Entre os ativos culturais que poderão receber investimento estão canais no YouTube, músicas, discos, shows, livros, games e histórias em quadrinhos.

Ricardo Wendel diz acreditar que muitas pessoas terão maior facilidade e interesse em avaliar o valor de investir em um influenciador ou artista que gostam do que em um produto financeiro ou empresa.

“É um investimento para quem não pensa só no dinheiro pelo dinheiro. Se fosse, seria melhor investir em uma empresa que tem uma ação temerária do ponto de vista ambiental”, afirma.

O empresário diz que o valor das ações do projeto leva em conta quantidade de acessos que ele recebe em plataformas de streaming e redes sociais e o potencial de gerar receita a partir dela. “Recebendo o investimento, o criador antecipa essa receita que tem para receber e divide o lucro com seus seguidores”, diz.

A companhia prevê ter seis projetos captando investimentos até o final de outubro, entre eles reality show da influenciadora Bibi Tatto e peça de stand up comedy do humorista Fabio Rabin.

Em setembro, a Divi-hub recebeu US$ 2,4 milhões da Comstar International, holding de investimentos americana.

POR FOLHAPRESS

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