Passados quase oito meses da nova gestão, os teresinenses ainda aguardam o cumprimento de promessas de Silvio Mendes.
Neste sábado, 16 de agosto, Teresina completa 173 anos. A data, que deveria ser marcada por celebrações e inaugurações, será lembrada, ao que parece, mais pela ausência de obras do que pela presença de velas sobre o bolo.

Passados quase oito meses da nova gestão, os teresinenses ainda aguardam o cumprimento de promessas feitas no calor da campanha. Esperavam-se obras estruturantes, melhorias no transporte e avanços na saúde, mas o que se tem, até agora, é uma agenda marcada mais por contenção de gastos e crises setoriais do que por inaugurações. As expectativas foram, pouco a pouco, cedendo espaço à paciência forçada de quem assiste o calendário avançar sem que as mudanças anunciadas saiam do papel.
Rombo
Em abril, o prefeito Sílvio Mendes anunciou um déficit superior a R$ 3 bilhões nas contas municipais, atribuindo o rombo à gestão anterior. A revelação motivou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, onde o ex-viceprefeito e ex-secretário de Finanças de Dr. Pessoa, Robert Rios, classificou como “regra” a prática de desvios em setores estratégicos, com destaque para as áreas de Educação e Saúde. Em depoimento, Rios mencionou que cargos de relevância, como secretarias e diretorias, estariam concentrados nas mãos de familiares do ex-prefeito.
Saúde publica
Enquanto os papéis da CPI se acumulam, a rede municipal de saúde atravessa um período que nem o mais indulgente observador poderia chamar de normal. O Hospital de Urgência de Teresina enfrenta problemas básicos: elevadores parados, falta d’água e escassez de insumos. A situação se agravou com a paralisação de anestesistas, após cortes no pagamento por produtividade, reduzindo cirurgias e provocando cancelamentos de procedimentos já agendados.
Transporte
O transporte público, por sua vez, mantém sua já conhecida rotina de greves e insatisfação popular. Em maio, motoristas cruzaram os braços, reivindicando reajuste salarial e melhorias no plano de saúde. O episódio ocorreu apesar das expectativas de que a nova gestão pudesse evitar o impasse.
Limpeza
A limpeza urbana também entrou no roteiro de paralisações. Trabalhadores suspenderam atividades em agosto, denunciando atraso no pagamento de salários e corte de benefícios. O caso foi parar no Tribunal Regional do Trabalho. A paralisação foi suspensa após a Prefeitura efetuar os repasses referentes aos salários e ao vale-alimentação da categoria. Assim, entre números bilionários, disputas sindicais e serviços interrompidos, a capital chega ao seu aniversário em compasso de espera. O bolo, como manda a tradição, poderá ser servido. As obras, por enquanto, permanecem no campo das promessas.
Fonte: GP1







