Pressione Enter e depois Control mais Ponto para Audio

Trabalho escravo: governo inclui 248 empregadores em lista suja

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Atualização do cadastro teve número recorde de inclusões

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) incluiu, nesta sexta-feira (5), 248 patrões no Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. A atualização do documento, conhecido como Lista Suja, ocorre a cada seis meses.

O número representa o maior acréscimo registrado desde a criação da lista. Desses, 43 foram inseridos devido à constatação de práticas de trabalho análogo à escravidão no âmbito doméstico.

As atividades econômicas com maior número de empregadores incluídos na atualização corrente são: trabalho doméstico (43), cultivo de café (27), criação de bovinos (22), produção de carvão (16) e construção civil (12).

Ações que investigam o trabalho escravo são executadas por auditores–fiscais do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. (Crédito: Divulgação/MTE)

Processo

Os empregadores incluídos na Lista Suja foram identificados a partir das ações de fiscalização de auditores do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que atestaram as condições de trabalho análogo à escravidão. Em geral, essas ações contam com a participação de representantes da Defensoria Pública da União, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e outras forças de segurança.

Durante a ação fiscal da inspeção do trabalho, se encontrados trabalhadores em condição análoga à de escravizados, os auditores lavram autos de infração para cada irregularidade trabalhista descoberta, quando os auditores públicos atestam a existência de graves violações de direitos. O empregador flagrado na prática de irregularidades ainda receberá o auto de infração específico com a caracterização da submissão de trabalhadores a essas condições. Cada auto de infração gera um processo administrativo. Para respondê-los, durante todo o processo, os autuados têm garantidos o contraditório e a ampla defesa.

Por isso, a inclusão de pessoas físicas ou jurídicas no Cadastro de Empregadores ocorre somente após a conclusão do processo administrativo que julga, especificamente, o auto sobre as irregularidades relacionadas ao trabalho análogo à escravidão.

De acordo com o MTE, o nome de cada empregador permanecerá publicado por um período de dois anos na Lista Suja. Por isso, nesta atualização, foram excluídos 50 nomes que já completaram o tempo de publicação estipulado.

Erradicação do trabalho escravo

O MTE afirma que o Brasil continua a ter como prioridade erradicar todas as formas modernas de escravidão e cumprir as metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8.7 da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata da promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.

Denúncias sobre trabalho análogo à escravidão no território brasileiro podem ser feitas anonimamente pelo Sistema Ipê Trabalho Escravo, criado em 2020 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo MTE.

A plataforma digital é exclusiva para receber denúncias deste tipo de exploração da mão-de-obra e sobre a intermediação ilegal de agenciadores de trabalhadores, conhecidos como gatos. A partir do registro dos casos, o MTE organiza a força de trabalho para investigação e para repressão da ocorrência.

Qualquer pessoa pode registrar as denúncias de maneira anônima e segura no Sistema Ipê. Se possível, o denunciante deve prestar o máximo de informações para aumentar as chances de os casos se desdobrarem em operações de fiscalização. São informações consideradas importantes o nome do estabelecimento, local, a quantidade de trabalhadores, os tipos de violações de direitos encontradas, entre outras. O Sistema Ipê tem versões em espanhol, francês e inglês para melhor atender aos trabalhadores migrantes de outras nacionalidades.

Outra via para denunciar violações de direitos humanos é o Disque 100, a central telefônica coordenada pelo Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). O serviço é gratuito e funciona sete dias por semana, 24 horas por dia. Basta telefonar para o número 100.

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
Acompanhe nossa coluna no Portal Cidade Luz e fique por dentro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Balança Comercial do Piauí atinge R$ 794 milhões de superávit em abril

Em abril, as exportações do estado chegaram ao valor de US$ 139,9 milhões e fortelece a soja como protagonista...

Inflação perde força pelo 2º mês seguido e fecha abril em 0,43%

IPCA é pressionado por preços de alimentos e remédios. A inflação oficial fechou abril em 0,43%, pressionada principalmente pelos preços...

Jerumenha realiza Dia D de vacinação contra a gripe com ampla participação da população

Por Gleison Fernandes. A Prefeitura de Jerumenha, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizou nesta sexta-feira, 09 de maio,...

Terceirizados da Equatorial paralisam atividades por falta de pagamentos

O protesto é feito por eletricistas, que são responsáveis pelas ligações, religações e manutenções em rede em Teresina. Os trabalhadores...
spot_img

Operações policiais prendem suspeitos de tráfico em Uruçuí, Ribeiro Gonçalves e Bertolínia

Sete pessoas foram presas durante a operação “Pacto Pela Ordem”, que cumpriu mandados contra suspeitos de tráfico de drogas...

Prefeito de Teresina sanciona lei que impõe multa de R$ 10 mil para pichadores

O texto de autoria do vereador Petrus Evelyn altera a lei de 2017, que previa multa de R$ 500,00. O...
spot_img

Posts Recomendados