Greve dos trabalhadores do transporte coletivo afeta cerca de 180 mil teresinenses. Vice-prefeito diz que não tem nada a ver.
Viralizou nas redes sociais, um vídeo onde o vice-prefeito de Teresina, Robert Rios (PSB), declara que não tem nada a ver com ônibus.

Na gravação, Rios ironiza a crise no transporte público da capital que afeta cerca de 180 mil pessoas e diz que o poder público municipal não tem relação com a crise.
Os empresários afirmam que a Prefeitura descumpriu acordo firmado. A declaração causou revolta na população da capital.
“Não tenho nenhum ônibus, não sou usuário de ônibus, não sou empresário de ônibus, não sou motorista de ônibus, não sou cobrador de ônibus, não tenho nada a ver com ônibus. Me arranje outro tipo de confusão que eu aceito, agora ônibus, eu não tenho nada a ver. É um problema de empresas, com empregados e o tribunal do trabalho”, declarou o vice-prefeito.
O vídeo foi gravado pelo líder comunitário Ascânio Sávio nesta quinta-feira (24), durante evento de filiação ao Republicanos na Câmara de Vereadores de Teresina.
Procurado, o vice-prefeito afirmou que a prefeitura tem cumprido todos os acordos acertados com as empresas de ônibus e são repassados R$ 1 milhão e 200 mil mensalmente.
Já o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) diz que o acordo que o município está cumprindo é em relação à gestão passada e que não há negociação ou cumprimento de repasses referentes à gestão atual.
GREVE DOS MOTORISTAS E COBRADORES DE ÔNIBUS
Os teresinenses enfrentam nesta sexta (25) o quinto dia de greve do transporte coletivo. Motoristas e cobradores paralisaram suas atividades e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro) reivindica que os empresários ligados ao transporte público assinem a convenção coletiva, que está há três anos sem ser firmada, com reposição salarial e o retorno de benefícios como o plano de saúde e tíquete de alimentação.
O Setut afirma que, por conta dos problemas financeiros, não podem atender às reivindicações do Sintetro. Os empresários dizem ainda que foi o descumprimento de acordos judiciais referentes a repasses devidos pela Prefeitura que levou as empresas a uma situação financeira crítica.
A Superintendência de Transporte e Trânsito (Strans) informou que 250 veículos alternativos foram contratados para substituir os ônibus durante o movimento grevista.