Barreiras e navios podem ser insuficientes para conter óleo em Abrolhos

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Pesquisador que atua no local afirmou que medidas previstas em treinamento de 2012 ainda não foram desencadeadas.

O biólogo Rodrigo Leão de Moura, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos coordenadores da Rede Abrolhos, grupo de pesquisa que atua no monitoramento da saúde dos ecossistemas do Arquipélago há quase duas décadas, fez um alerta sobre as medidas que estão sendo implementadas para conter as manchas de óleo na região. Em 2012, dezenas de pescadores passaram por um exercício de simulado para a contenção de uma possível contaminação.

O Parque Nacional Marinho de Abrolhos abriga a maior biodiversidade do Atlântico Sul (Luciano Candisani/Minden/FotoArena/.)

“Apesar de toda a mobilização, com navios da Marinha e da Petrobrás e sobrevoos diários, o mais importante é o desencadeamento de um plano de ações abrangente que envolva a utilização das embarcações locais na contenção das manchas. Sabemos que as embarcações de grande porte são necessárias, mas ainda falta muito a ser feito”, explicou. “Em 2012, dezenas de pescadores passaram por um exercício de treinamento. Os moradores da região receberam a capacitação. As manchas estão chegando pulverizadas, pequenas, com no máximo algumas dezenas de metros. Uma frota maior de pequenas embarcações pode ser mais eficiente do que apenas a utilização de grandes navios”, declarou.

Além disso, Abrolhos é uma região de mangues e abriga a maior biodiversidade e o maior recife de corais do Atlântico Sul. “São ecossistemas muito sensíveis e a chegada do óleo em alguns locais, como em estuários, é trágica. Alguns corais estão a mais de 40 quilômetros da costa e próximos à superfície. A aderência de manchas de óleo nessa estrutura recifal complexa será desastrosa, não terá como limpar. Não há mutirão de voluntários que resolva, não dá para passar pano e não dá para raspar. O que tem que ser feito é a contenção”, afirmou.

Para o pesquisador, se o Parque Nacional for atingido, a repercussão irá muito além da poluição em si. “Vamos sujar o nome do Brasil mundialmente. Abrolhos é reconhecido na comunidade internacional pela ciência e por ser uma área estratégica para a biodiversidade”, declarou.

Por Jennifer Ann Thomas/Veja

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
Acompanhe nossa coluna no Portal Cidade Luz e fique por dentro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Em Picos, PRF apreende caminhão com carga de cocaína avaliada em mais de R$ 133 milhões

O veículo havia saído do Estado do Mato Grosso. Neste domingo (05), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou a maior...

Caminhões de Mamografia vão realizar mais de 44 mil exames em 2024 no Piauí

Os primeiros municípios a receberem o serviço na primeira quinzena de maio são: Cristalândia, Sebastião Barros e Santo Antônio...

No Rio Grande do Sul, número de mortes após enchentes sobem para 83

São investigadas outras 4 mortes, segundo a Defesa Civil. Além disso, há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas. Ao...

Saúde instala Centro de Operação de Emergência para enfrentar as chuvas intensas na região Sul

O objetivo do centro de operações emergenciais é a organização, coordenação e controle das medidas a serem empregadas na...
spot_img

Dia das Mães: compras na internet exigem cuidados extras

O comércio estima que as vendas com a data devem superar os R$ 13 bilhões. Com a proximidade do Dia...

Cidades do Rio Grande do Sul continuam isoladas após dias de chuvas devastadoras

As fortes tempestades registradas inviabilizaram rodovias e trechos que conectam municípios; falta de comunicação dificulta ajuda Pelo quinto dia após...
spot_img

Posts Recomendados