Foram avaliados Motorola One Fusion, Samsung Galaxy M21s e Xiaomi Redmi 9C.
A melhor câmera é aquela que você tem, mas não dá para negar que um bom celular ajuda a dar uma caprichada nas selfies.
São muitas as opções de smartphones, atendendo a diferentes bolsos e gostos. O G1 selecionou e testou três aparelhos que podiam ser encontrados em lojas on-line nesta terça-feira (8) na faixa de R$ 1.500: Motorola One Fusion, Samsung Galaxy M21s e Xiaomi Redmi 9C .
Quando se trata de câmera, os números não contam toda a história. Não basta ter mais megapixels, outras características como a abertura da lente e até mesmo recursos de inteligência artificial contam muito para o resultado final das selfies.
Em termos de especificações técnicas, o Galaxy M21s tem câmera frontal de 32 megapixels, enquanto o Motorola One Fusion tem sensor de 8 megapixels e o Xiaomi Redmi 9C conta com 5 megapixels. Apesar de números tão distintos, a diferença na qualidade não foi brutal entre os dois primeiros.
Saiba como cada um deles se saiu nas selfies, em ordem alfabética:
O Motorola One Fusion briga de perto com o Samsung Galaxy M21s na questão das selfies.
Ele faz retratos com cores mais fiéis à realidade, sem realizar um grande tratamento. Seu sensor demonstra fidelidade ao tom de pele e bom balanço de branco na correção de áreas estouradas, sem puxar a saturação.
No modo padrão da câmera, seu ângulo mais aberto (veja na comparação abaixo) permite mostrar melhor o ambiente do autorretrato.
É o melhor em nível de detalhe, com exceção de situações em baixa luz. Isso fica evidente nos comparativos com as imagens aproximadas; as bordas aparecem mais definidas e as superfícies, menos homogeneizadas do que no Samsung.
Com pouca luz, assim como no Xiaomi, as fotos ficam muito “pixelizadas”.
Usabilidade
O aplicativo da Motorola também é recheado de recursos. A fabricante tem um truque bacana para abrir a câmera ao girar duas vezes o punho rapidamente.
Outro diferencial é o de “fotos dinâmicas” – uma opção que salva segundos de vídeo antes e depois de tirar uma foto, que é semelhante à “live” do iPhone.
Nas configurações há opções para bater a foto tocando em qualquer ponto da tela, caso esteja difícil alcançar o botão. Há ainda o nível, que mostra se a cena está reta.
O acesso a diferentes modos de fotografia, como a opção de retrato, é mais simples do que no modelo da Samsung e um pouco mais complexo que o da Xiaomi. Isso porque ele fica “escondido” em um menu que é acessível ao deslizar a tela da esquerda para a direita.
O tratamento de cores nos retratos do Samsung Galaxy M21s parece ser voltado para a pele, com mais saturação e temperatura mais quente que nos outros –o que em geral atribui um tom mais corado e saudável.
Os comparativos das fotos em ambiente externo mostram que o Samsung apresenta menos detalhes e suaviza mais as sombras do rosto, deixando a pele num tom bastante homogêneo – o que atenua rugas e olheiras, mesmo com o filtro de embelezamento desligado.
Para quem prefere uma câmera frontal mais fiel à realidade, no entanto, isso pode ser um incômodo.
Em baixa luz, seu desempenho é bem superior aos outros dois.
Recursos que fazem diferença
O aplicativo da câmera do Galaxy M21s tem recursos interessantes: é possível configurar um botão flutuante para bater a selfie, por exemplo.
O aparelho utiliza inteligência artificial para identificar quantas pessoas estão na cena. Se a foto for em dupla, o ângulo da câmera se abre automaticamente para enquadrar melhor.
Com apenas uma pessoa em cena, o app volta para a configuração padrão, que fecha um pouco mais o enquadramento. É possível usar o ângulo mais aberto, mesmo sozinho. Na verdade, a câmera não tem dois ângulos, mas é realizado apenas um corte automático.
Usabilidade
Com relação ao aplicativo de foto, o Galaxy perde em usabilidade para o Xiaomi Redmi9C. Isso porque alguns ajustes não são muito intuitivos.
Ao acessar o modo retrato, que desfoca o fundo da imagem, por exemplo, é difícil entender como voltar para o modo tradicional. Geralmente, os celulares exibem um ícone na tela, mas o aparelho da Samsung exige que o usuário aperte o botão “voltar”, o que não é comum.
Outra diferença em relação aos concorrentes está na opção HDR, recurso que tenta equilibrar as partes mais claras e escuras de uma cena, deixando tudo mais uniforme. É como se fossem tiradas três fotos e depois elas se juntassem.
Os três aparelhos possuem HDR, mas no Galaxy M21s é possível desativar o recurso, mas não dá para ativá-lo na hora que quiser: quem decide se ele vai entrar em ação é o aparelho.
Mas isso não é necessariamente um ponto negativo: a “tutela” pode ser boa para quem não tem muito conhecimento sobre fotos. Afinal, utilizar o HDR em ambientes escuros pode fazer com que a foto demore mais para ser batida e o resultado seja uma imagem tremida ou borrada.
O Galaxy e os outros dois modelos avaliados têm a opção onde você pode iniciar a contagem regressiva timer apenas colocando a mão na frente da lente.
O Xiaomi Redmi 9C se afasta da briga apertada entre Galaxy e One Fusion. Isso porque, na tentativa de compensar um sensor de menos qualidade, o aparelho realiza um processamento nas imagens que as deixa com mais “ruído” que os outros, principalmente em baixa luz.
Por outro lado, ele apresenta bom contraste e nível de detalhe em ambientes bem iluminados.
Tem um ótimo desempenho no modo retrato, que deixa o fundo borrado, com desfoque mais inteligente – ao menos é o que sugere a análise das bordas, nos detalhes (compare abaixo).
Usabilidade
O aparelho também tem o app mais direto entre os três modelos analisados. Todos os ajustes que interessam no dia a dia estão visíveis e a um toque de distância: modo retrato, filtro de embelezamento, a opção de flash ou HDR .
Porém, é o celular com menos truques: não tem um modo de “fotos dinâmicas”, como o da Motorola, nem a opção de ângulo aberto para selfies com mais pessoas, como o da Samsung.
Conclusão
Dos três aparelhos testados, o Samsung Galaxy M21s é o que se “esforça” mais pela beleza do retratado. Pela qualidade das imagens, recursos apresentados, foi o que teve o melhor desempenho.
Em termos de preço, ele era o mais barato dos três no dia 20 de maio, em que foram pesquisados os valores sugeridos nos sites oficias das fabricantes para a escolha dos modelos que seriam testados. Custava R$ 1.399 (considerando sempre o valor a prazo, 64 GB, sem frete).
Porém, no começo de junho, foi reajustado para R$ 1.699 no site da Samsung. Mas o aparelho ainda era encontrado por cerca de R$ 1.500 em lojas on-line no dia da publicação desta reportagem.
O Motorola One Fusion é o melhor em nível de detalhes, mas perde para o Samsung em situações de baixa luz. Por outro lado, ele aparecia com preço sugerido de R$ 1.499 (também considerando o montante a prazo) no site da Motorola na época da seleção dos modelos, e no começo de junho, o valor caiu para R$ 1.399 (128 GB, sem frete; o modelo de 64 GB não estava disponível no dia da publicação desta reportagem).
O preço do Xiaomi não variou entre o período de seleção para os testes, em maio, e o início de junho: ele continua sendo oferecido no site da fabricante por R$ 1.499 (64 GB, sem frete).
É possível encontrá-lo por preços mais baixos em outros sites, principalmente aqueles que adotam o sistema “marketplace”, em que lojistas podem anunciar produtos. É preciso ter atenção nesses casos pois a garantia do produto é menor e não há assistência autorizada – isso porque esses produtos foram importados de maneira não oficial.
O Redmi 9C tem o aplicativo de fotos mais fácil de usar entre os três smartphones avaliados, mas o Xiaomi teve o pior desempenho nas selfies, perdendo principalmente pelo resultado no processamento das imagens.
Como o G1 escolheu os produtos
A proposta da avaliação era contemplar aparelhos intermediários que custassem entre R$ 1.000 e R$ 1.500, para deixar a comparação mais justa.
Para a seleção dos modelos, os preços foram consultados no site oficial das fabricantes, no dia 20 de maio de 2021, considerando valores a prazo, sem frete.
Foram levadas em conta as cinco principais marcas de celulares, considerando volume de vendas, que atuam hoje em dia no Brasil: Apple, Asus, Motorola, Samsung e Xiaomi. Porém, Apple e Asus, não possuíam aparelhos que custassem menos de R$ 1.500 em seus sites oficiais.
Foram selecionados modelos lançados de janeiro de 2020 em diante e que estavam listados nas lojas oficiais dentro da faixa de preço proposta.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Assim, foram encontrados 10 celulares que se encaixavam nesses critérios:
- Motorola Moto E7 Plus
- Motorola Moto G9 Play
- Motorola One Fusion
- Samsung Galaxy A11
- Samsung Galaxy A12
- Samsung Galaxy A20s
- Samsung Galaxy A21s
- Samsung Galaxy M21s
- Xiaomi Redmi 9A
- Xiaomi Redmi 9C
A partir desses modelos, o G1 consultou o nível de interesse por cada um deles nos três primeiros meses após o seu lançamento, utilizando a ferramenta Google Trends. Então, a lista foi restrita a 5 aparelhos:
- Motorola Moto G9 Play
- Motorola One Fusion
- Samsung Galaxy A21s
- Samsung Galaxy M21s
- Xiaomi Redmi 9C
Os celulares foram solicitados às fabricantes. Apenas três deles estavam disponíveis para avaliação: Motorola One Fusion, Samsung Galaxy M21s e Redmi 9C. Os produtos foram cedidos em caráter de testes e serão devolvidos.
Alguns modelos tiveram o preço reajustado nos sites oficiais até a publicação da reportagem, o que foi indicado na conclusão.
Como o G1 fez os testes
O G1 configurou os celulares com os mesmos ajustes: a imagem na mesma proporção (9:16), a resolução máxima de cada um dos aparelhos e desativou filtros de embelezamento.
As selfies foram tiradas nas mesmas condições de iluminação com todos os smartphones e com o ângulo o mais aproximado possível.
Foram avaliados os resultados em diversas condições: com luz natural em ambiente externo e interno, com luz artificial, em cenas mais escuras e com a opção de flash frontal em todos os produtos.
Por Alessandro Feitosa Jr e Fábio Tito, G1