O ex-assessor disse que começou a trabalhar com a família Bolsonaro após um pedido de seu namorado, que era cabeleireiro de Ana Cristina, então mulher do presidente, em 2002.
Um homem que se apresenta como ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro (Patriota) e afirma ter trabalhado durante 14 anos para a família do presidente Jair Bolsonaro, acusa os irmãos Flávio e Carlos Bolsonaro (que é vereador no Rio pelo Republicanos), além da advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, de terem praticado o esquema de “rachadinhas” (devolução do salário de funcionários nomeados), entre outros crimes. Marcelo Luiz Nogueira dos Santos brigou com Ana Cristina neste ano e deu entrevista ao site Metrópoles, narrando sua versão dos fatos.
O ex-assessor disse que começou a trabalhar com a família Bolsonaro após um pedido de seu namorado, que era cabeleireiro de Ana Cristina, então mulher do presidente, em 2002. Nogueira afirmou ao site que começou a trabalhar na campanha eleitoral de Flávio Bolsonaro, que concorria pela primeira vez a deputado estadual no Rio. Flávio se elegeu, e Nogueira foi convidado a se tornar assessor parlamentar de nível quatro, com salário bruto oficial de R$ 7.326.
Mas havia uma condição, exposta por Ana Cristina: ele teria de devolver 80% do salário, no esquema conhecido como “rachadinha”, o que é crime. Nogueira diz que aceitou a proposta e que trabalhou de 19 de fevereiro de 2003 a 6 de agosto de 2007. Nesse período, segundo ele, outros funcionários também devolviam ao gabinete porcentuais de seus vencimentos. Ana Cristina era a responsável pelo recolhimento. Nogueira afirmou ao Metrópoles que o esquema vigorava tanto no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) como no de Carlos Bolsonaro, vereador na capital fluminense desde 2001. A advogada só teria deixado de exercer a função ao se separar de Jair Bolsonaro, em 2007.
Após a separação, em 6 de agosto de 2007, Nogueira foi exonerado do cargo. Teria passado então a trabalhar no escritório de advocacia de Ana Cristina. Ele diz ter sido então procurado por Jair Bolsonaro, que teria lhe pedido para passar a morar na casa de Ana Cristina, para cuidar de Jair Renan, na época com 9 anos. Nogueira aceitou a proposta e trabalhou como empregado doméstico de Ana Cristina até 2009, quando ela se mudou para a Noruega, onde se casou novamente, com o norueguês Jan Raymond Hansen. Embora tenha deixado de trabalhar para a família, Nogueira afirmou ter se tornado amigo de Ana Cristina, a ponto de ir visitá-la na Europa.
Em 2014, Ana Cristina voltou a morar no Brasil e contratou Nogueira para trabalhar na casa dela, em Resende, na região sul fluminense. Ali ficou até fevereiro deste ano, quando a advogada decidiu se mudar para Brasília. Começava aí, segundo Nogueira, a desavença entre ele e Ana Cristina.
POR ESTADAO CONTEUDO