João Paulo de Carvalho, Guilherme Carvalho e Francisco das Chagas foram denunciados pela morte de Luian Oliveira e Anael Natan.
O promotor de Justiça Regis de Moraes Marinho ofereceu denúncia, nessa segunda-feira (21), contra o empresário João Paulo de Carvalho, o primo Guilherme Carvalho e o tio Francisco das Chagas Sousa, acusados de torturar e matar os adolescentes Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, e Anael Natan Colins Souza da Silva, de 17 anos. Os três foram denunciados pelos crimes de homicídio qualificado, cárcere privado e ocultação de cadáver.
Com base na investigação policial, o Ministério Público do Piauí considerou que existem indícios suficientes de que os três denunciados foram responsáveis pelas mortes dos adolescentes. Os corpos das vítimas foram encontrados no dia 15 de novembro de 2021, em terreno de mata densa, na estrada vicinal do Povoado Anajá, zona rural leste de Teresina. Os dois tinham lesões causadas por arma de fogo na nuca.
De acordo com as informações apuradas no decorrer das investigações, os adolescentes desapareceram na madrugada do dia 13 de novembro, após tentarem ingressar em uma festa em um estabelecimento localizado na Av. João XXIII, Zona Leste de Teresina. Eles teriam invadido terreno de propriedade de um dos denunciados. As duas vítimas foram então dominadas e agredidas, e depois conduzidas na caçamba de um veículo até a área de matagal onde os cadáveres foram encontrados.
“A versão dos fatos considerada na denúncia foi confirmada pelos acusados, quando das prisões preventivas, o que inclusive revelou a motivação torpe da ação delitiva, já que afirmaram que ceifaram as vidas dos adolescentes em uma espécie de vingança privada disciplinar”, pontua o promotor Regis de Moraes Marinho.
Para o representante do MP, aplicam-se ao duplo homicídio as qualificadoras de motivo torpe, tortura/emprego de meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Já o crime de sequestro/cárcere privado foi qualificado pelo fato das vítimas serem menores de idade. A denúncia atribui ainda aos acusados o crime de ocultação de cadáver.
“A conduta de esconder os cadáveres das vítimas a cerca de 30 metros de uma estrada vicinal de mata densa, de difícil acesso, com reduzido tráfego de veículos e sem iluminação pública, configura esse delito, reforçado pela ação de um dos denunciados, que omitiu, para a guarnição policial que atendeu à ocorrência, a informação da captura e condução das vítimas pelos demais acusados”, argumenta o promotor de Justiça.
Os três denunciados estão presos e o Ministério Público se manifestou a favor da manutenção das prisões preventivas. Após o recebimento da denúncia pelo Poder Judiciário, os réus devem ser citados para responder à acusação, no prazo de 10 dias. A Promotoria de Justiça requereu ainda a fixação de reparação de danos, no valor mínimo de R$ 100 mil para a família de cada uma das vítimas, na eventual sentença condenatória.
As informações são do Clube News