Em sessão presidida pelo juiz Antônio Nollêto, o jurado absolveu o ex-vereador por 4 votos a 1.
O ex-vereador Djalma Filho foi absolvido da acusação de ter sido o mandante do assassinato do jornalista Donizetti Adalto, crime ocorrido em 1998 em Teresina. O Conselho de Sentença decidiu absolvê-lo por quatro votos a um, inclusive no quesito principal que trata da autoria e participação. Ele foi julgado nesta quarta-feira (27) pela 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina.
O julgamento teve início às 9h30 e se estendeu por todo o dia, encerrando por volta das 21h, em sessão presidida pelo juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto.
Depoimento
Djalma Filho iniciou seu depoimento por volta das 13h45 afirmando que a acusação que pesa contra ele não era verdadeira. “O peso dessa acusação na conta de todo mundo é de 23 anos, sabe como é, eu conto excelência? Eu conto em dias, são 8.621 dias e noites que eu respondo por uma acusação injusta e improcedente, todas essas noites e dias eu não posso ter o remorso da culpa que eu não tenho, eu tenho o contrário, o peso da acusação por fatos que eu não fiz”, afirmou ao juiz Antônio Nollêto.
O advogado se emocionou ao lembrar de uma conversa que teve com o pai sobre o caso. “No dia 17 de março de 2014, no sábado, dia 15, eu fui até a casa dos meus pais, e as palavras de meu pai para mim não foram palavras de costume, meu pai já acamado. Neste dia, especificamente, ele virou para mim e me disse: ‘meu fim está próximo, e eu tenho um pedido a lhe fazer, você só vai recuperar a dignidade do seu nome e de nossa família quando você se submeter ao tribunal do povo’”, disse emocionado.
Djalma Filho disse que o pai acompanhou toda a batalha judicial enfrentada por ele. “Ele acompanhou toda a batalha jurídica de tantos anos. E aí meu pai me disse isso: ‘você recupera sua dignidade quando você enfrentar um tribunal em que for comprovado que você nada teve a ver com esse crime, que você não mandou matar, você não participou, não agiu para que houvesse essa morte”, contou o ex-vereador.
Conforme Djalma, a acusação do crime acabou o transformando em uma “lenda urbana”, que segundo, ele, o fazer ser apontado nas ruas até hoje. “E eu me comprometi com ele, vossa excelência, de que esse dia chegaria para mostrar a cidade de Teresina, aos amigos, a tantos conhecidos e parentes que a acusação nunca poderia ter prosperado contra mim a ponto de me transformar naquilo que poderia chamar de uma lenda urbana, aquele que se aponta o dedo quantas vezes, embora tenha tido sempre muito respeito da maioria imensa da cidade”, pontuou.
“Eu nunca troquei o meu telefone, ele é o mesmo. Eu não tenho o que esconder, nunca saí da cidade, continuei na minha missão de educador, eu gosto de ser professor, talvez eu goste mais de ser professor do que advogado”, declarou Djalma.
Entenda o caso
Segundo a acusação do Ministério Público, baseada em inquérito da Polícia Civil do Piauí, Donizetti Adalto foi morto em uma emboscada, sem possibilidade de defesa. Ele foi alvejado com vários tiros a queima roupa e, ainda agonizando, foi torturado, o que lhe causou traumatismo nas unidades dentárias.
As provas colhidas pelo órgão ministerial indicaram Djalma Filho como autor intelectual do crime.
As informações são do GP1