Petista desembarca na quinta-feira em Natal para um almoço com os líderes estaduais da região; reversão da miséria é a principal pauta.
Dias depois de um estudo revelar que 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai dar início a um giro pelo Nordeste com a reversão da miséria como principal pauta. Na quinta-feira (16), o petista vai desembarcar em Natal (RN), onde terá um almoço com os nove governadores da região.
Integrantes da coordenação da pré-campanha presidencial de Lula disseram à CNN que, logo após a divulgação da pesquisa mostrando que o número de brasileiros sem ter o que comer dobrou em dois anos, o ex-presidente foi aconselhado a fazer um pronunciamento sobre o tema. Lula optou, no entanto, por falar dos dados na viagem ao Nordeste.
Logo depois do almoço com os governadores, Lula vai participar da 1ª Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Fenafes), no Centro de Convenções de Natal. O evento reunirá agricultores familiares de todos os estados do Nordeste, representados por suas cooperativas, associações, comunidades tradicionais e movimentos camponeses e sindicais.
Após a visita de Lula aos stands da feira, está programado um ato político em que o ex-presidente pretende fazer um discurso focado no debate sobre o aumento da fome e da miséria no país.
Os dados da pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) mostraram que fatores regionais e sociais agravam a situação das famílias que passam fome no país.
A falta do que comer é mais presente entre as famílias que vivem no Norte (25,7%) e no Nordeste (21%); é maior nas áreas rurais, onde atinge 18,6% dos domicílios; e é realidade na casa de 21,8% de agricultores e pequenos produtores.
Segundo aliados de Lula, o ex-presidente pretende citar os números da pesquisa sobre a fome com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira (10), segundo os quais a desigualdade aumentou no país.
A pesquisa do IBGE mostrou que a renda dos brasileiros nunca esteve tão baixa. O rendimento médio domiciliar per capita caiu a R$ 1.353 em 2021. É o menor valor em dez anos, considerando a série histórica iniciada em 2012.
Por Thais Arbexda CNN