Brasil avalia envio de equipe de busca e resgate urbano, requisitada pelo governo turco; tremores provocaram milhares de mortes nos dois países
Fortes terremotos atingiram a Turquia e a Síria na madrugada de segunda-feira (6), deixando milhares de mortos, feridos e desabrigados. Os tremores foram os mais fortes em um século na região.
Até a manhã desta terça (7), o número confirmado de mortes nos dois países já passava de 5.000. A quantidade de prédios que colapsaram apenas na Turquia passou de 5.600.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, pelo menos 75 tremores secundários medindo 4,0 graus ou mais na Escala Richter ocorreram após o primeiro terremoto.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que os sírios precisam “urgentemente” de auxílio, também se dizendo pronta para enviar apoio. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também presta suporte.
O governo do Brasil, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), se reuniu na tarde desta segunda para avaliar possível resposta de assistência humanitária. A medida também pode incluir o despacho de uma equipe de busca e resgate urbano, requisitada pela Turquia.
Um dos principais aliados da Síria, a Rússia enviou dez unidades das Forças Armadas, com mais de 300 soldados, de acordo com o ministério da Defesa do país. Essas tropas se concentram principalmente em Aleppo, Hama e Latakia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou tristeza e condolências com os fatos noticiados, tendo autorizado auxílio imediato aos países. Ele conversou com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Biden disse que os EUA estão prontos para “fornecer toda e qualquer assistência necessária à nossa aliada da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], a Turquia, em resposta a esta tragédia”, segundo a Casa Branca. “O presidente Biden expressou condolências em nome do povo americano aos que ficaram feridos ou perderam entes queridos nos terremotos.”
O embaixador americano para a Turquia, Jeff Flake, afirmou à CNN que duas unidades de procura e resgate foram despachadas, cada uma com cerca de 70 profissionais e cães farejadores.
Diante da situação catastrófica, uma possível ajuda inédita também é ventilada: de Israel. Essa nação não possui relações diplomáticas formais com a Síria, mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que recebeu uma solicitação de ajuda e a aprovou. Uma fonte síria nega que tenha sido foi o pedido.
O Catar e o Kuwait, por sua vez, anunciaram a abertura de pontes aéreas e envio de equipes especializadas, incluindo veículos, suprimentos para o inverno e material para montagem de hospitais de campanha.
Também haverá auxílio de tropas da França e Espanha, totalizando mais 200 pessoas. O mecanismo de resposta a crises foi ativado na União Europeia para coordenar as ações de ajuda.
O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, também conversou por telefone com o presidente da Turquia, prestando condolências e disponibilizando assistência necessária.
O presidente da Coreia do Sul, mYoon Suk-yeol, disse estar pronto para ajudar a Turquia “de todas as maneiras possíveis”, relembrando a aliança na Guerra da Coreia.
Também serão enviadas mais de 15 toneladas de equipamento de busca e resgate provenientes da Holanda.
Outras nações que decidiram apoiar as operações de busca e resgate são Iraque, Palestina, Áustria, Reino Unido, Paquistão, Alemanha e República Theca, inclusive com suprimentos médicos de emergência, primeiros socorros e suprimentos de abrigo e remédios e combustível.
Além dos países, organizações civis também providenciaram auxílio humanitário, como a Médico Sem Fronteiras. A Cruz Vermelha Internacional também lançou um fundo para assistência.
A CNN, junto à instituição Public Good, também possibilita que sejam feitas doações, que serão repassadas para 14 organizações. Veja como ajudar por meio deste link (em inglês).
(Publicado por Tiago Tortella), da CNN
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