Conheça a história dos gêmeos idênticos que não se conheciam, e se aproximaram graças as redes sociais de cada um

Gabriel Freitas conta que seguia as mesmas páginas que o irmão em uma rede social, antes de se conhecerem. Gêmeos idênticos foram separados ao nascer e se reencontram após mais de 20 anos.

Apesar de serem parecidos fisicamente, os gêmeos Victor Oliveira e Gabriel Freitas, de 29 anos, que foram separados ao nascer e se reencontraram depois de mais de 20 anos, tem personalidades diferentes. Entretanto, foram as semelhanças, em especial, em gostos musicais, que levaram a uma aproximação inesperada.

O reencontro dos dois só foi possível em razão de alguns gostos semelhantes. Gabriel e Victor ouvem as mesmas bandas, cantam e tocam na igreja, motivo que os levou a seguir páginas em comum nas redes sociais, espaço onde se (re)conheceram pela primeira vez.

Ao g1, Gabriel conta que a situação inusitada aconteceu depois que ele viu um post, em uma rede social, que aparentemente o mostrava cantando e tocando violão. No entanto, quando ele percebeu que não era ele e que estava cantando uma música que nunca tinha ouvido, tomou um susto.

Na época, Gabriel já sabia que era adotado e que tinha um irmão gêmeo. De imediato, quando viu o Victor no vídeo, ele teve certeza de que finalmente tinha encontrado quem tanto procurava há cinco anos.

“Procurei cinco anos por ele. Encontrei algumas pessoas parecidas comigo, mas a sensação nunca afirmava que era ele”, afirmou Gabriel.

Idênticos sim, mas diferentes também

Por conta da semelhança física, muita gente acha que os gêmeos idênticos também compartilham da mesma personalidade. Mas, com Gabriel e Victor, não é bem assim que funciona.

Em entrevista ao g1, Gabriel contou que o irmão é mais intenso e brincalhão que ele, apesar de ambos serem extrovertidos. Além disso, os gêmeos têm preferências musicais distintas – Gabriel sempre dá voz às canções enquanto Victor opta por tocar o instrumento.

“Ele é do tipo que fala com todo mundo em um lugar, e eu já fico um pouco mais discreto. Ele é mais emotivo e eu um pouco mais fechado”, disse Gabriel.

O reencontro

Tudo começou em 14 de agosto de 2017. Victor Oliveira conta que se deparou com um comentário de Gabriel em uma foto sua dizendo: “Já percebeu como somos parecidos?”. Ao clicar no perfil do irmão na rede social, ele ficou surpreso com a semelhança entre eles dois e, imediatamente, mostrou a foto de Gabriel para a mãe, que até então não sabia que era adotiva.

“Ela estava sentada na sala, chamei todo animado, mostrei a foto e disse ‘olha como esse cara parece comigo’. Ela pegou o telefone, olhou a foto, me pediu pra sentar no sofá e disse: ‘meu filho, pra mim nunca houve diferença entre você e suas irmãs, mas você não é meu filho de sangue, você foi adotado, e o Gabriel é seu irmão gêmeo’. Minha reação foi, enquanto ela chorava, sentar no chão e rir tão alto quanto eu sempre ri, afinal, um irmão gêmeo é o sonho de toda criança”, explicou Victor.

O reencontro dos irmãos demorou mais de 20 anos para acontecer. Depois de se falarem pela internet, Gabriel e Victor se reencontraram pessoalmente após conversarem por cerca de um mês e meio. Desde então, eles não se desgrudam.

“Depois de tantos anos, eu entendi que ele era a peça que faltava pra somar. Tem coisas que são essenciais na vida, família é uma delas e Victor sempre fez parte da minha mesmo sem saber ou estar presente”, disse Gabriel.

Na época do reencontro, Gabriel vivia em Morada Nova, no Ceará, e Victor em São Luís. No entanto, ambos são tão unidos que, há dois anos, Gabriel decidiu se mudar para a capital maranhense, onde abriu um empreendimento em que trabalha junto com o irmão.

Mãe biológica

A busca pela mãe biológica de Gabriel e Victor começou logo após o reencontro e até hoje, ela nunca foi localizada. Na época, Victor e Gabriel chegaram a contratar um detetive para tentar traçar os passos da mulher.

“Um detetive entrou em contato, mas não sei dizer se ele desistiu ou não encontrou, pois não tivemos mais notícias dele depois disso. Tentamos ir atrás mas as pessoas não sabiam informar nada”, conta Gabriel.

*Estagiária supervisionada por Rafaelle Fróes.

Por Geisa de Almeida, g1 MA*