A honraria, concedida anualmente, reconhece indivíduos e organizações que se dedicam à proteção de pessoas forçadas a deixar seus lares
A Irmã Rosita Milesi foi agraciada, nesta segunda-feira (9.12), com o Prêmio Nansen do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), em cerimônia no Palácio Itamaraty, em Brasília. A honraria, concedida anualmente, reconhece indivíduos e organizações que se dedicam à proteção de pessoas forçadas a deixar seus lares.
A solenidade contou com a presença de autoridades como o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias; o secretário Nacional de Assistência Social do MDS, André Quintão; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; e a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo.
O Prêmio Nansen, que leva o nome do explorador norueguês e pioneiro na defesa dos refugiados, Fridtjof Nansen, simboliza a perseverança e o compromisso diante da adversidade. Em 2024, a premiação ganha um significado ainda mais especial ao reconhecer a contribuição fundamental das mulheres no trabalho humanitário global.
Irmã Rosita Milesi, a laureada global deste ano, é uma religiosa católica brasileira que, há quase quatro décadas, se dedica à causa dos refugiados, migrantes e apátridas. Movida por sua fé e compaixão, ela já acolheu e auxiliou milhares de pessoas, garantindo acesso a abrigo, alimentação, assistência médica, cursos de idioma, oportunidades de emprego e regularização migratória no Brasil.
“Recebo este prêmio com imensa alegria”, declarou Irmã Rosita. “É um reconhecimento a todos que colaboraram comigo nesta jornada de apoio mútuo e solidariedade”.
O Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, enalteceu o trabalho da Irmã Rosita, descrevendo-a como “uma irmã que cuida” e “guia”. Grandi relembrou sua recente visita a uma comunidade de refugiados indígenas venezuelanos perto de Brasília, onde a Irmã Rosita é reconhecida por sua dedicação. Ele destacou ainda o papel fundamental da religiosa em auxiliar o Brasil a se tornar referência na proteção legal aos refugiados, encontrando soluções inovadoras e personificando o espírito de Fridtjof Nansen.
O Alto Comissário ressaltou a importância da inclusão social e econômica dos refugiados e elogiou o Brasil por seus avanços nesse sentido. “O Brasil tem muitos exemplos positivos de inclusão social e econômica de refugiados, tanto em termos de leis como de práticas”, afirmou.
O ministro Wellington Dias também expressou sua admiração pelo trabalho da Irmã Rosita: “É um prêmio muito importante, concedido a uma pessoa querida e extremamente ativa na luta pela dignidade humana de refugiados, repatriados e migrantes”.
O secretário Nacional de Assistência Social, André Quintão, complementou. “Parabéns à Irmã Rosita por essa merecida conquista! Seu trabalho incansável é essencial para garantir o acolhimento humanitário e a reinserção dessas pessoas em nosso país”.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o prêmio “representa o reconhecimento do compromisso da Irmã Rosita com a promoção dos direitos humanos dos refugiados e a importância da proteção e acolhimento a quem busca refúgio no Brasil”.
O ministro Mauro Vieira também reafirmou seu orgulho em colocar em prática as diretrizes da Declaração de Cartagena, mencionando a concessão de vistos humanitários para pessoas do Afeganistão, Síria, Haiti e Venezuela. “A Operação Acolhida na fronteira norte é um exemplo de como integrar aqueles que desejam recomeçar suas vidas no país”.