Os produtores de soja dos cerrados piauienses esperam uma expansão de área cultivada entre 5% e 10%, em relação ao que foi plantado na safra que acabou de ser colhida.
A expectativa é, assim, de um aumento de produção. Nessa última colheita, a chamada safra 2019/2020, os produtores de soja registraram um crescimento de 7% na tonelagem total. Em 2019, a safra somou 2,325 milhões de toneladas do grão, passando agora para algo em torno de 2,490 milhões de toneladas.

O aumento de área plantada é o primeiro indicador de uma safra maior, embora outros fatores possam interferir no resultado final, como o regime de chuvas. A colheita passada, por exemplo, embora com uma área maior, não superou o volume de soja colhido na safra 2017/2018, o maior já registrado no estado. Aquela safra teve um regime de chuvas considerado perfeito, o que implicou em aumento de produtividade.
Segundo Alzir Neto, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja), o aumento de área plantada varia de uma região para outra. Mas aposta em uma média entre 5% e 10%. No caso de Baixa Grande do Ribeira – o município que mais produz soja no Piauí – as projeções apontam para uma ampliação de 10% na área plantada. A grande preocupação do setor, já com vistas à próxima safra, é com os insumos: a pandemia está comprometendo a logística.
Os portos (como o de Itaqui, no Maranhão) praticamente fecharam e os insumos não chegam aos produtores.
40% da futura safra já está comercializada
A logística e a cotação do dólar preocupam os produtores. Alzir Neto observa que 80% dos insumos são importados e sofrem o impacto tanto da logística emperrada como do dólar em alta. Além disso, esses insumos são determinantes para a alta produtividade e representam cerca de 50% do custo total da produção. No final dessa contabilidade, segundo o presidente da Aprosoja, os custos sobem cerca de 5% em relação à safra anterior.
Apesar dessas preocupações, os produtores seguem animados com a sequência de boas safras nos cerrados piauienses. E projetam bons resultados também com a safra que começa a ser plantada a partir do final de outubro. Segundo Alzir Neto, 40% da safra futuro já estão comercializados, um elemento tranquilizador para a cadeia produtiva. Vale ainda lembrar, a soja representa mais da metade da produção de grãos do Piauí, seguida do milho, que responde por mais de 40%.
Com informações de Fenelon Rocha