Proprietários do setor já calculam um forte impacto no preço final para o aluno.
Após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) retirar a obrigatoriedade de realizar aulas em autoescolas para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), proprietários do setor já calculam um forte impacto no preço final para o aluno. A estimativa é de que o custo possa cair até 80% para quem precisar do mínimo de duas horas de aula prática, agora permitidas pela nova regra, embora possa ficar mais caro do que antes para quem demandar mais treinamento.

Segundo Klerysson Souza, proprietário de uma autoescola, o valor varia de acordo com o conhecimento do aluno. “O valor médio antes da decisão era em torno de uns R$ 1.800 a R$ 1.600 e esse valor era praticado porque nós tínhamos a obrigatoriedade de ministrar 20 horas-aulas”. Com a flexibilização, ele explica que a redução foi significativa. Hoje, duas horas de aula devem custar entre R$ 200 e R$ 300, representando uma queda de cerca de 80% no valor mínimo para iniciar o processo de habilitação.
Souza afirma que a diminuição no custo pode não se aplicar a todos os casos. Ele observa que, para alunos experientes, duas aulas podem ser suficientes para os procedimentos básicos, como baliza, mas outros podem necessitar de mais horas. O número reduzido de aulas mínimas trouxe flexibilidade, mas a decisão final deve considerar a avaliação conjunta entre instrutor e aluno sobre a real capacidade técnica.
Em relação à escolha pelos serviços das autoescolas frente à possibilidade de contratar instrutores autônomos, o proprietário afirma que acredita que a demanda deve continuar. “Somos a única entidade que forma condutores. Temos sede própria, local, segurança jurídica de contrato. Então isso é uma escolha do cidadão, mas a autoescola continua”, diz. Para ele, a retirada da obrigatoriedade do pacote máximo pode até facilitar, permitindo que cada cliente contrate apenas o número de aulas que desejar.
Souza também alerta para questões de segurança envolvendo a prática em veículos próprios. Ele lembra que os carros das autoescolas têm adaptações obrigatórias,como o duplo comando, que aumentam o controle e reduzem riscos durante o aprendizado. Sem esses dispositivos, ele afirma que o aluno pode se expor mais a acidentes caso opte por treinar apenas com instrutores autônomos.
O empresário relata ainda que a procura diminuiu nos últimos dias, reflexo da confusão inicial do público sobre as novas regras. Ele afirma que as autoescolas estão trabalhando para esclarecer as dúvidas e retomar a demanda já na próxima semana.
Diante do novo cenário, Klerysson Souza confirma que o setor começa a se ajustar internamente. Um dos impactos é a necessidade de redução no quadro de funcionários até que o mercado estabilize. A tendência, segundo ele, é que a maioria das autoescolas pratique valores semelhantes para o novo mínimo de aulas práticas, entre R$ 200 e R$ 300 pelas duas horas obrigatórias.
Fonte: O Dia







